Dos melhores de 2012





As listas são símbolos do fim de ano. Há quem passe muito bem sem elas, e é caso nosso; mas, há os que não, seja porque a memória anda curta para enfileirar fatos, seja porque as próprias listas são inúmeras – a das benfeitoras, a dos erros, a das metas cumpridas, a das que ficaram por cumprir, a dos melhores momentos no trabalho, nos estudos, na diversão, os livros melhores do ano, os filmes de igual designação, os piores livros e filmes, e assim como a das boas músicas, a também das piores e, bem, haja lista. 

Como se toda essa contabilidade fosse insuficiente vêm ainda as listas para lembrancinhas, para os presentes, os pessoais e os dos mais achegados, dos amigos secretos, um em casa, um no trabalho, outro não sei onde. É por esta razão última que aqui estamos, em pleno sábado, já atrasados como sempre, afinal, também nessa época do ano é costume tanto quanto o das listas deixar as coisas para próximo do fim. 

Não é para marcar o que foi de melhor em 2012, mas para clarear algumas listas obscuras. Evidente que muita coisa boa se passou aqui pelo Letras. 2012 ainda está sendo um dos anos mais intensos. Mas, vamos nos restringir a fatos do ano que aqui comentamos e que podem ser locados nas listas ainda por fazer, sim, porque ainda temos este sábado, o domingo e ainda o dia da segunda-feira para aventurar-se no vaivém das lojas.

Vamos nos restringir em algumas categorias e apresentar apenas um breve resumo sobre o elemento citado. Os que quiserem mais detalhes pode acessar os links que dão acesso às publicações completas:


FILMES

Paraísos artificiais: não é algo que se diga, ‘Oh, que filme!’, mas tem um enredo muito bem construído; uma volta ao ritmo ‘sexo, drogas e rock’n roll’, não necessariamente nessa ordem e substituindo o ritmo pela música eletrônica. +

A invenção de Hugo Cabret: rico filme cujo epicentro é o próprio cinema redescoberto a partir da aventura investigativa do menino Hugo, órfão, morador de uma estação de trem em Paris e fissurado nas invenções do seu pai. +

On the Road (Na estrada): desenhado a partir do livro homônimo de Jack Kerouac, é uma redescoberta da cena beat. +


LIVROS – LITERATURA NACIONAL

Eu (Augusto dos Anjos): apresentado em edições da Martins Fontes (a mais recomendada porque é a mais completa, incluindo poemas que não estiveram nem na primeira edição do Eu e nem em Eu e outros poesias), da José Olympio (importante porque dispõe à entrada da acurada leitura que Ferreira Gullar fez da obra de Augusto dos Anjos), e da Editora Hedra, o livro é já um clássico da literatura brasileira que chega em 2012 aos seus 100 anos. +

Os 25 poemas da triste alegria (Carlos Drummond de Andrade): o poeta que vem tendo a obra integralmente reeditada pela Companhia das Letras, tem importantes títulos vindos pelo Instituto Moreira Salles e pela Cosac Naify. A grata surpresa vinda desta editora por este ano foi a publicação dessa coletânea de inéditos da juventude de Drummond. +

Romanceiro da Inconfidência (Cecília Meireles): o livro teve reedição recentemente juntamente com a obra de Manuel Bandeira e é indispensável aos apreciadores da obra da poeta. +

Contos reunidos (João Antônio): um dos grandes mestres da narrativa curta da literatura brasileira tem, depois de já publicados alguns trabalhos esparsos na Cosac Naify, sua primeira reunião de textos, incluindo alguns inéditos garimpados em arquivos de jornais. +


LIVROS – LITERATURA ESTRANGEIRA

Fotobiografia de Fernando Pessoa (Richard Zenith/ Joaquim Vieira): o livro apresenta a vida do poeta português numa sequência de imagens, muitas delas inéditas, de fatos e momentos de sua obra, como cartas, diários, rascunhos, manuscritos e datiloscritos. +

Ficção completa (Bruno Schulz): dois romances do escritor, Lojas de canela e Sanatório, mais quatro contos acompanhados de 11 ilustrações feitas pelo próprio Schulz. +

Contos maravilhosos infantis e domésticos (irmãos Grimm): os 125 contos foram traduzidos direto do alemão para o português numa caprichada edição da Cosac Naify. +

A comédia humana (Balzac): caprichado retrato da Paris do século XIX, é coletânea indispensável às prateleiras de bons leitores. A integral reedição conduzida pela editora Globo é, sim, um bom presente. E pode ser dado em duas prestações: agora, em 2012, as quatro primeiras edições e no próximo ano, em 2013, o restante da coleção. Que tal? +

***

Agora, por nossa conta, acompanhando alguns lançamentos de autores do Rio Grande do Norte, mesmo não comentados por aqui, vamos deixar abaixo, alguns sem muitos detalhes, uma listinha apressada de trabalhos que podem servir para uma lembrancinha aqui e ali.

Antologia Poesia Clandestina vol. 1 (Mário Gerson, Org.): já algum tempo tem circulação no estado um caderno impresso sobre cultura, que tem saída sem quaisquer vínculos comerciais, o Clandestino. Mário Gerson mentor do projeto organiza a partir de alguns nomes recentes da cena mossoroense uma pequena antologia de poesia. +

50 anos de poesia (Nei Leandro de Castro): uma antologia caprichada foi editada neste ano pela editora Jovens Escribas e cobre os 50 anos de atividade poética do autor de As pelejas de Ojuara

A geometria do fragmento (Leontino Filho): o poeta depois da consagração com obras como Cidade íntima, que completou 25 anos de sua primeira edição em 2012 publicou já algum tempo, mas é atualíssimo, um conjunto de ensaios. +

Uns potiguares (Nelson Patriota): o crítico publica um conjunto de textos veiculados na imprensa a partir da apreciação de trabalhos literários de vários escritores potiguares, como Diva Cunha, Marize Castro, Valério Mesquita, entre outros. +




Comentários

AS MAIS LIDAS DA SEMANA

A poesia de Antonio Cicero

Boletim Letras 360º #610

Boletim Letras 360º #601

Seis poemas de Rabindranath Tagore

16 + 2 romances de formação que devemos ler

Mortes de intelectual