As várias faces de "Alice no país das maravilhas" - Parte 7



Foi revirando nosso caderno de notas de ideias para publicações no Letras que encontramos “Alice por Arthur Rackam”; quem não nos acompanha diariamente ou mesmo quem a isso se dispõe lembramos que fizemos durante seis semanas seguidas uma espécie de homenagem ao clássico de Lewis Carroll, Alice no país das maravilhas, que neste ano de 2012 fecha exatos 150 anos. Visitamos os traços e as formas de John Tenniel, Salvador Dalí, Peter Newell, entre outros. E, então, agora, encontramo-nos com esta anotação que seria a continuidade da série.

Como não há problemas nisso de continuidade, do contrário, saímos é ganhando com descobertas assim aleatórias, vamos aos desenhos feitos por Arthur Rackam, não sem antes saber mais quem é esta personagem e sobre o processo de recriação pelo universo imagético de Lewis Carroll.

Arthur Rackam foi um inglês ilustrador que deixou muitos trabalhos reconhecidos para obras igualmente reconhecidas. Fez artes na Escola Lambeth ainda quando tinha seus 18 anos e era escriturário no Westminster Fire Office. Assumiu definitivamente a profissão de ilustrador ao lado da de repórter em 1892, mas seus primeiros trabalhos publicados vieram ainda nos idos 1883. Além de Alice no país das maravilhas compôs ilustrações para os Contos dos Irmãos Grimm, Peter Pan, As viagens de Gulliver, alguns contos do Edgar Allan Poe, entre outros.

As ilustrações para a obra de Carroll foram feitas para uma edição de 1907. Como os outros ilustradores, Rackam deve ter olhado para o universo infantil de seu tempo e projeto uma Alice moderna; os traços sugerem uma menina agitada e com roupas diferentes das bem comportadas. Já se pode notar que, pelo diferencial, Rackam terá sido um dos que não foram tão bem quistos pelo público do seu tempo, ainda acostumados com o tom adocicado de uma Alice infantil. A Alice do ilustrador inglês sugere uma menina já de idade que beira a mocidade e, apesar dos traços que sugerem agito, também tem uma expressividade romântica, como se esta fosse um adendo para repensar a infantilidade da personagem em desenhos como os de John Tenniel, por exemplo.

A seguir, preparamos um catálogo com 12 de seus desenhos para a obra de Lewis Carroll.





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