As várias faces de “Alice no país das maravilhas”
Já contamos por aqui como tudo começou: Alice no país das maravilhas começou como fábula oral contada por
Lewis Carroll às filhas de Christ Church, entre elas Alice Liddell, a que lhe
inspirou na criação da personagem. A historieta ganhou, passado 150 anos, os
ares de clássico e Carroll figura entre os mais importantes nomes do período vitoriano,
como Charles Dickiens, Emily Brontë, Oscar Wilde, Samuel Butler, entre outros. O
contexto do escritor inglês terá favorecido à importância do infante como
personagem principal na literatura; estamos numa época em que a extensa exploração
infantil custeada pela Revolução Industrial era coisa corriqueira. Prova, estão em outros escritos de escritores da época, como Dickiens e do próprio Lewis Carroll, que, como sabemos não escreveu apenas as aventuras de Alice.
Alice Liddell, em quem Carroll se inspirou para sua personagem. Aqui, em foto do próprio escritor inglês num ensaio em que aparece vestida como mendiga. |
Carroll escreveu dois livros cuja
personagem de Alice é o centro das atenções. Além de Alice no país das maravilhas, publicado três anos depois da origem
do conto, foi publicado também, em 1871, Através
do espelho e o que Alice encontrou lá. A obra tem admiradores e estudiosos ao
longo do mundo inteiro que debatem símbolos, linguagem, filosofia, psicanálise
etc. a partir da narrativa de Carroll. Quem também se aventura pelo mundo de
Alice são os artistas plásticos. Desde os desenhos feitos pelo próprio autor
para a edição preparada como presente de Natal a Alice Liddell, até experimentações
contemporâneas em fotografia (caso de Elena Kalis, que pode ser visto por
aqui), o imaginário de Carroll tem se perpetuado.
Por ocasião da data e dessa euforia das artes em torno do
clássico, preparamos, na sessão a arte
de ilustrar, um conjunto de postagens com os principais ilustradores de Alice. Evidente que o número é infindo
quase e não teríamos a chance de, por mais que quiséssemos abarcar a todos; por
isso, daremos atenção às experiências mais inovadoras que introduziram novas
forças de sentido ao texto de Carroll. E abrimos já hoje a sessão com os
desenhos de John Tenniel, que foram os primeiros, depois dos de Carroll, a
ilustrar sua obra.
Nascido em Londres em 1820, Tenniel trabalhou como
cartunista e ilustrador de livros. O conjunto de desenhos feitos para o livro
de Carroll conta com 92 desenhos que foram gravados em blocos de madeira para
serem impressos. A técnica utilizada, portanto, foi a da xilogravura. Os blocos
de madeira originais estão atualmente na biblioteca Bodleian, na Universidade
de Oxford. Do conjunto, preparamos um catálogo com 43 itens.
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