Jorge Amado e Nelson Rodrigues para as telas (parte 2)
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Nelson Rodrigues visita o set de filmagens de Os sete gatinhos nos anos 1970. Foto: Arquivo Globo. |
Depois de listarmos aqui alguns dos principais filmes produzidos a partir da obra de Jorge Amado, fazemos a segunda parte, agora, com as obras produzidas a partir da literatura de Nelson Rodrigues. Dica: intercalar um filme desses com os da lista anterior durante a proposta maratona de agosto.
1. Meu destino é pecar,
de Manuel Pelufo (1952). Este filme é baseado em texto homônimo que Nelson
Rodrigues publicou assinando com o pseudônimo de Suzana Flag. Depois da produção
para o cinema, também chegou à televisão; foi adaptado por Euclydes Marinho para ser uma minissérie na Globo.
2. Bonitinha mas
ordinária, de J. P. de Carvalho (1963). Foi a primeira versão da peça para a sétima arte. Conta também com mais duas adaptações, uma em 1981, e outra em 2010. A melhor
é a segunda, com Lucélia Santos. Como muito do teatro rodrigueano, a peça também foi adaptada como minissérie
também na TV Globo.
3. Asfalto selvagem, de J. B. Tanko (1964). Foi nessa
peça que Nelson deu vida a uma de suas personagens mais intensas, Engraçadinha.
O filme explora os lados paradoxais da
personagem – sua pureza e sordidez, sua sutilidade e vulgaridade. O diretor
daria continuidade com outro filme, Engraçadinha
depois dos trinta, nove anos depois.
4. A falecida, de
Leon Hirszman (1965). A década mais prodigiosa para o cinema feito a partir da obra de um dos nossos principais autores do teatro. A peça é considerada um marco na obra de Nelson Rodrigues;
escrita a partir da sua coluna de contos “A vida como ela é”, é um dos primeiros
registros do subúrbio carioca para as páginas da literatura contemporânea. E quem protagoniza o drama? Uma jovem Fernanda Montenegro.
5. Toda nudez será
castigada, de Arnaldo Jabor (1973). Escrita em 1965, a peça logo chegou ao cinema. Ao optar pela narrativa em primeira pessoa, em plena atuação
no teatro rodrigueano e já posta em textos como Vestido de noiva e Bonitinha
mas ordinária, prevalece a ideia de um ponto de vista ou versão dos fatos típico dos depoimentos policiais. Nelson durante bom período cuidou das páginas
policiais no A manhã. Arnaldo Jabor
ainda adaptaria O casamento.
6. Os sete gatinhos,
de Neville d’Almeida (1980). O filme que conta no elenco com Lima Duarte no papel de
Noronha, funcionário na Câmara de Deputados, chefe de uma família que zela
profundamente a caçula e a única que tem o direito a boa educação em colégio
interno; educação sustentada pelo dinheiro das quatro irmãs mais velhas que se
prostituem em nome da sua “pureza”.
7. Álbum de família,
de Braz Chediak (1981). A peça data de 1945; das muitas que não sobreviveram ao crivo da censura durante a ditadura, só tendo sua estreia vinte
anos depois.
8. Vestido de noiva,
de Joffre Rodrigues (2006). Este é um dos trabalhos, talvez, mais conhecidos de Nelson
Rodrigues. Dirigida por Ziembinski, além da polêmica comum da obra do
dramaturgo pernambucano, marcou uma renovação no teatro brasileiro.
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