Ainda há centenários em 2012
Passado os 100 anos de Jorge Amado feitos no último dia 10 e
muito bem servido de comemorações, diga-se, e ainda haverá muitas outras ainda.
Veja uma prévia por aqui. Ainda há e neste mês de agosto, dois outros
escritores que estão também fechando um século. Lúcio Cardoso e Nelson
Rodrigues. O primeiro está perfazendo a data hoje. Num ano de tantas celebrações
em torno de nomes muito bem conhecidos, o de Lúcio ainda é pouco lembrado pelos
brasileiros. Mas uma campanha encabeçada na cidade em que escritor nasceu,
Curvelo, Minas Gerais, quer torná-lo figura que seja lembrada por lá e pelo
Brasil, já que as atividades em torno do nome de Lúcio não se restringirão apenas
à cidade mineira. E é merecido.
Exemplo disso é a apresentação de Crônica da casa assassinada, um dos principais títulos do autor,
sob forma de peça para o teatro, em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde Lúcio
Cardoso passou boa parte de sua vida. Já o livro receberá novo tratamento
gráfico e será reeditado pela Civilização Brasileira. Algumas das traduções que
Lúcio fez de clássicos da literatura mundial, como Anna Kariênina, de Tolstói, serão também reimpressas. Sem falar nos
inéditos; depois de Lúcio Cardoso: poesia
completa editado pela Editora da Universidade de São Paulo (EDUSP) em
dezembro do ano passado, Ésio Ribeiro, prepara uma compilação dos diários do
escritor. O livro reunirá Diário primeiro
publicado pelo próprio Lúcio, uma continuação da publicação feita por Otávio de
Faria e publicações que estavam no espólio do escritor na Casa de Rui Barbosa.
Nesse mesmo itinerário, os trabalhos escritos do gênero contos
estão sendo compilados em dois volumes por Valéria Lamego. São contos que nunca
haviam sido reunidos e que foram publicados avulsamente em jornais do Rio de
Janeiro e de São Paulo entre os anos de 1930 e 1950. A mesma Valéria, que
também é escritora, está produzindo uma novela sobre a vida de Lúcio. O livro
deverá sair até 2013.
Além de romance, poesia, teatro, conto, crônicas, Lúcio
escreveu roteiros de cinema. Luiz Carlos Lacerda, quem descobriu, depois de 60
anos desaparecido, 13 minutos de um copião para A mulher vista de longe, além do diário de filmagens e partes do
roteiro. O filme é um documentário sobre o escritor mineiro começou a dirigir
em 1949, mas ficou inacabado. O filme terá estreia no Festival de Cinema de
Ouro Preto.
Nelson Rodrigues
Já no próximo dia 23 de agosto é a vez de Nelson Rodrigues
fechar seu primeiro centenário. Desde julho o Centro Cultural Banco do Brasil,
no Rio de Janeiro apresenta o espetáculo Rodriguianas:
tragédias para rir, montado a partir das crônicas do autor pernambucano
publicadas na coluna “A vida como ela é”, no diário Última hora.
A partir do dia de aniversário do escritor em Recife será
aberta uma exposição com a trajetória de Nelson em materiais impressos e
videográficos. A mostra tem curadoria da sua filha e da sua neta.
Em Olinda, a 8ª Festa Literária Internacional de Pernambuco (aqui para ver a programação e outras novidades) tem
como homenageado o escritor. O evento acontecerá entre os dias 15 e 18 de
novembro e reunirá especialistas na sua obra, como Ruy Castro, autor da
biografia O anjo pornográfico – a vida de
Nelson Rodrigues. Também Sonia Rodrigues, filha de Nelson, lança o inédito Nelson Rodrigues por ele mesmo pela Nova
Fronteira. O livro traz depoimentos dos mais variados dados pelo escritor na
imprensa.
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