Carlos Fuentes
Jorge Luis Borges, Roberto Bolaño, Mario Vargas Llosa, Isabel
Allende, Adolfo Bioy Casares, Gabriel García Márquez e muitos outros são nomes
por demais significativos à literatura latino-americana. A essa lista
indispensável é o nome do escritor mexicano Carlos Fuentes. Filho de pais diplomáticos,
nascido em 1928, no Panamá, Fuentes morreu ontem, 15 de maio de 2012.
É um dos mais proeminentes escritores do México. A condição
e o meio em que nasceu deram-lhe oportunidades que contribuíram à sua formação:
Fuentes estudou na Suiça e nos Estados Unidos. E foi filho dos muitos lugares
onde viveu – Quito, Montividéu, Washington, Santigo, Buenos Aires, Rio de
Janeiro... Mas, foi o tempo que passou no México, onde se radicou desde 1965, o
que mais lhe serviu de matéria na composição de uma obra imersa no debate
intelectual sobre a filosofia do mexicano. Seu primeiro livro, Los días enmascarados, ainda sem
tradução para o Brasil, publicado em 1954, já apontava para essa questão identitária
e, de então, foi sendo tema no processo de sedimentação de sua obra.
Em 1955, junto com Emmanuel Carballo e Octavio Paz, Fuentes
fundou a Revista Mexicana de Literatura como um espaço intelectual necessário
para se pensar determinadas questões concernentes ao seu país a partir da literatura,
tida esta para o escritor como forma de se responder à perguntas do tipo o que
e como fomos e no que e como seremos e o lugar proeminente para conhecimento do
mundo livro da racionalidade: “Nem a ciência, nem a lógica, nem a política nos darão
uma resposta. O romance também não nos dará, mas coloca a pergunta de uma
maneira equivocada, de uma maneira cômica, transgressiva que outras disciplinas
não permitem” – disse certa vez.
Depois de publicado La
región más transparente, em 1959 e A morte de Artemio Cruz, em 1962, Fuentes
adquire o reconhecimento pela crítica internacional que lhe atribui até o hoje
o status de uma das figuras centrais do boom do romance latino-americano. Obra fortemente
direcionada por um compromisso político e social com foi, é também um lugar
importante para se ler o intelectual engajado que foi: “O que um escritor pode
fazer politicamente, deve fazer também como cidadão. Num pais como o nosso o
escritor, o intelectual não pode ser alheio à luta pela transformação política
que, em última instância, supõe também uma transformação cultural” – disse num
ensaio para a revista Tiempo Mexicano,
em 1972.
Fuentes foi graduado em Direito na Universidad Autónoma de
México e no Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra, Suiça. Entre os
títulos mais importantes de sua obra se destacam: A região mais transparente (1959), Zona sagrada (1967), Mudança
de pele (1967), Terra nostra
(1975), Cristóbal Nonato (1987) e Os anos com Laura Díaz.
Fonte: Página oficial do escritor.
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