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Mostrando postagens de maio, 2012

Camilo Pessanha

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Por Pedro Fernandes   Eu vi a luz em um país perdido. A minha alma é lânguida e inerme. Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído! No chão sumir-se, como faz um verme… O texto mais significativo de crítica literária que li até agora sobre o poeta português Camilo Pessanha — e não sou um leitor versado no tema — é da professora Leyla Perrone-Moisés e está publicado no livro  Inútil poesia e outros ensaios breves . Chama-se “Camilo Pessanha e as miragens do nada”. Depois, encontrei com a edição de  Clepsydra  — única obra de Camilo — que no Brasil foi reeditada pela Ateliê Editorial organizada pelo professor Paulo Franchetti, quem também assina um ensaio crítico e notas explicativas ao longo do livro. Tive interesse, logo, em comentar sobre o autor por aqui. Mas, acossado ainda pelo ensaio de Perrone-Moisés, achei por bem não tocar no assunto.   Agora, outra vez o destino me coloca diante da questão: descubro que a Biblioteca Nacional de Portugal, ao modo do que fez a outros escritores can

Bastardos inglórios, de Quentin Tarantino

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Por Pedro Fernandes Christoph Waltz na pele do coronel nazista Hans Landa. Sua atuação foi lida, por unanimidade, com o up de Bastardos inglórios . Há em Quentin Tarantino uma ironia sangrenta; quem assistiu Kill Bill e depois este Bastardos inglórios entenderá o sentido ou o conceito impresso nesses termos. O anterior é, numa leitura de duas palavras, um blasé entre uma “ex-gângster” e seus ex-parceiros do esquadrão. Dividido em dois volumes, o filme bebe na fonte dos textos escritos pela forma como está estruturado e é altamente contaminado por um jogo intercinematográfico difícil de precisar os seus limites. O modo se repete no filme de 2009. Usando dos momentos históricos do nazismo e da Segunda Guerra Mundial, Tarantino dá espaço para a atuação de dois planos elaborados por contraventores ao regime de Hitler; planos que vão desembocar na ideia de assassinato do próprio ditador, muito embora não pareça ser esta a direção inicial da narrativa. Prevalece aqui certa

Os lusíadas on-line

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Camões, 1907, óleo sobre tela José Malhoa Que Os Lusíadas , de Luís de Camões, é um dos mais importantes textos da literatura em língua portuguesa, todos hão de concordar; outros até acrescerão que o épico camoniano é já clássico para a cultura ocidental. Agora, fazer do clássico leitura para leitores comuns, nem todos hão de acreditar na possibilidade. E a situação é ainda mais absurda se formos ver de perto que a imensa maioria dos estudantes de Letras no Brasil, público que lida diretamente com leitura, nunca leu a obra. Considero absurda porque – e isso eu já comentei por aqui – há títulos que integram aquela lista de leitura obrigatória a certo público por mais que não o apeteça. Agora, um projeto conduzido pela Biblioteca Nacional de Portugal, país de nascimento do poema, traz o texto na sua primeira impressão em formato digital . Entendendo Os Lusíadas como obra importante no cânone universal, integra a proposta a digitalização da primeira edição em diferen

Exposição “Intracenas”, do artista plástico Mauro Silper

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Mauro Silper abre exposição Intracenas , em Belo Horizonte. Foto: site do artista plástico Com o título de “Intracenas”, que significa estar no âmago, no interior, dentro da cena, ao ponto de uma se ligar à outra em composições e intenções, o artista plástico Mauro Silper, autor de um conjunto telas compostas a partir da obra de José Saramago e publicadas na edição especial do caderno-revista 7faces Variações de um mesmo tom: diálogos sobre a poesia de José Saramago , em julho de 2011 , abre exposição individual amanhã, dia 29 de maio , às 19h , na Galeria de Arte Beatriz Abi-Acl, na rua Santa Catarina, 1155, bairro de Lourdes, em Belo Horizonte . A mostra fica aberta ao público até o dia 23 de junho, sempre das 9 às 18 horas, de segunda a sexta-feira, e das 9 às 13 horas, aos sábados. O artista explica que a ideia — ou inspiração — para criar as obras, todas inéditas, que vão compor a exposição, adveio de uma frase pinçada da letra de uma música composta por Chico Buar

“Escrever é uma revolução”

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Salman Rushdie, o autor de Os Versos Satânicos , livro e autor censurados em 1989. No dia 6 de maio passado Salman Rushdie encerrou o PEN World Voices Festival de Nova Iorque com uma fala sobre o dramaturgo Arthur Miller. E falou sobre a censura. Os escritores estão dispostos a falar sobre editores e críticos, sobre quanto ganham, sobre fofocas de outros escritores, sobre política, sobre amor e inclusive sobre literatura, mas nunca sobre a censura. Discutem sobre a criação sem notar que a censura é a anticriação, a energia negativa. Não há que ficar calado sobre isso. Diante do texto de Rushdie (que pode ser lido integralmente em  The New Yorker , em inglês, aqui ), o escritor Iván Thays, que escreve para o blog do jornal  El País , Vano Oficio , redigiu um amplo comentário ( aqui ) a partir do qual faço livre tradução e acrescento pequenos detalhes de leitor. *** Poucos escritores têm a autoridade moral para falar de censura como Salman Rushdie. Todos recordam

Ler a Odisseia (Parte VII)

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Por Pedro Fernandes Ulisses se apresenta para Penélope O texto de Homero materializa através da linguagem as primeiras tentativas do homem grego em dominar o mundo pela razão. Ou, nessa esteira, esteja nascendo no poeta a consciência que só se revelará plena muitos séculos depois de que a palavra sendo intermediária entre o ocorrido e o narrado também pode construir universos tanto quando o universo empírico. Novamente me reporto aqui ao episódio das sereias contado pelo próprio Ulisses no Canto XII. Primeiro, pensemos na atitude individualista do herói em somente ele ter acesso ao canto das sereias com marco de uso da razão sobre o mito. A simples premissa de que estariam aí prenúncios do mito como algo falso talvez seja vã. Depois, pensemos novamente como que o fato é narrado na Odisseia . É narrado não somente pelo poeta, mas pela personagem, como que, também numa leitura ingênua, Homero buscasse se eximir do fato de não está sendo fiel à empiria. Volto às duas que

O rico trabalho de Pilar em torno de José Saramago

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Por Pedro Fernandes Pilar del Río fotografada na Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago Foto: Campiso Rocha para Revista Caras Já em José e Pilar ficamos sabendo de que, ao lado do escritor português José Saramago, esteve uma pulsante mulher de sangue espanhol chamada pelo forte e sugestivo nome de Pilar del Río. Era ela quem cuidava de toda organização da vida pública do escritor: recebendo cartas, acertando viagens, cumprindo protocolos.  Mais tarde, a jornalista fez-se tradutora da obra do companheiro para o espanhol e desde então tem sido a principal ponte da literatura saramaguiana com os leitores não somente em Espanha e os falantes do espanhol, mas no restante do mundo. Pilar, talvez já tenham dito, é a memória viva de uma figura que, justamente por sua presença marcante, deixou um grande vazio depois de 2010.  Incontáveis são os percursos realizados por Pilar del Río por tantos países a levar a obra do Prêmio Nobel, que continua a se multiplicar, como s

E ele nunca sai de moda

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Há pouco mais de um ano quando a editora portuguesa Babel aportou em terras brasileiras trouxe algumas novidades; além de uma caprichada edição de Indice das cousas mais notáveis , de Padre António Vieira, também trouxe-nos uma não menos caprichada edição do único livro publicado em vida por Fernando Pessoa, Mensagem : uma edição símile da editada em 1934, um ano antes da morte do poeta. A prova recebida pela gráfica com assinatura do Pessoa e marcação nas 102 páginas do volume e o risco no título original que deveria ser "Portugal" com a substituição por Mensagem foi integralmente fotografada e publicada com a devida pompa pela Babel brasileira. Depois seguiram-se as publicações de alguns contos também do Pessoa editados em formato de bolso: O banqueiro e o anarquista , O marinheiro e A essência do comércio , as que tive acesso. Todos são trabalhos que não haviam tido até então, pelo que sei, uma ampla estadia em terras tupiniquim. Tudo isso, para dizer que, agor

Carlos Drummond de Andrade inédito

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Uma obra que talvez nunca deixe de ser inédita é a de qualquer grande escritor porque a cada época pode ela ser lida com uma disposição totalmente nova. Mas, a novidade que me veio pela imagem da capa da próxima edição da Revista BRAVO! foi, de imediato, a que me chamou atenção e logo compartilhei na minha página pessoal no Facebook . Depois, dei com uma matéria posta numa edição ainda de 2009, pela revista Veja sobre o achado anunciado pela anterior: os inéditos de Drummond, achados e em poder do professor e poeta Antonio Carlos Secchin, virão a lume numa edição a ser lançada em julho próximo, durante a Festa Literária Internacional de Paraty, que homenageia o poeta neste ano.  A primeira obra que Carlos Drummond de Andrade publicou foi Alguma poesia , em 1930, com uma modesta edição com tiragem de 500 exemplares autocusteada. É desta obra os clássicos "No meio do caminho", "Quadrilha" e "Poema de sete faces"; ou seja, nem é preciso dizer que

Esquecer Saramago

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Por Pedro Fernandes Quando, no ano em que desenvolvi um largo contato com artistas plásticos para uma releitura da obra de José Saramago a partir dessa arte tão mais complexa ou quanto a literária não imaginaria que em algures se dava a criação de um trabalho de tamanha beleza como este que dei conhecimento por esses dias e contava as horas para postar alguma coisa sobre aqui. Chegou a data.  E vou dá mais crédito a algumas imagens do que às palavras, porque elas falam - e como (!) - o que se é necessário ouvir sendo que o caminho percorrido é outro, o da visão. Esquecer Saramago é o título de uma obra coletiva conduzida pela Palavrão - Associação Cultural e busca uma relação entre texto e imagem compondo um extenso mosaico para uma releitura da obra do escritor português. Compõe-se de doze projetos de artistas plásticos, que buscam no ritmo dos textos saramaguianos o embalo para as imagens. O trabalho também deu origem a uma exposição sob curadoria de Mário Caeiro, aberta

James Joyce, sim, ele está na moda

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No ano em que parte significativa do espólio de James Joyce foi disponibilizada na web , o autor parece que definitivamente entra na moda do meio literário brasileiro, o que não quer dizer que tenha o escritor de Ulisses caído no gosto dos leitores. Mas, ao menos até junho, mês de celebração do Bloomsday, a obra sua terá certo crédito por aqui. E tudo começa nesta semana quando se anuncia a chegada às livrarias da nova tradução de  Ulisses realizada por Caetano Galindo; o livro chega pelo selo Penguin Companhia, da Companhia das Letras. Depois, chegará pela editora Hedra, que prevê para a segunda quinzena de junho, Stephen Herói , livro inacabado de James Joyce e ainda inédito em terra tupiniquim. O romance  tem como personagem central o alter ego do escritor irlandês, Stephen Dedalus, que aparece em Um retrato do artista quando jovem e no próprio Ulisses .  A tradução do material de  Stephen Herói  foi encomenda a José Roberto O'Shea. Antes do inédito, chega também pela mes

Ler a Odisseia (parte VI)

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Por Pedro Fernandes Ulisses na Corte de Alcínoo, de Francesco Hayez (1813-1815) Talvez o que haja de mais moderno no texto homérico seja a refundação da palavra no horizonte textual. Primeiro, como instância fundadora da realidade, depois, como intermédio entre a vida terrena e a eternidade. A própria Odisseia é um texto que não se sustenta apenas pela voz externa do aedo, mas pelas vozes internas que vão compondo ao leitor uma extensa camada de matérias que, não raras vezes se confundem e são o próprio itinerário pessoal de Ulisses.  Notemos que no princípio da grande empreitada que conduzirá o herói ao retorno para Ítaca, que Telêmeco, designado por Atena, se depara já com a odisseia sendo contada pela boca de Menelau, depois será o próprio Ulisses quem se encontrará com sua própria história, quando num banquete entre os feácios, Demódoco canta sobre suas peripécias. Mas, até então temos um narrador que se coloca à busca de um tom ideal para sua história, afinal, a pa

Ação Leitura 2012

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O evento está sua 3ª edição. Desenvolvido pelo grupo de escritores que compõem a editora Jovens Escribas, a programação está bastante heterogênea a traz a Natal dois nomes consideráveis na cenário da literatura brasileira recente, Fabrício Carpinejar Marcelino Freire. A vantagem desse evento é que ele trabalha naqueles lugares onde mais se necessita um olhar para a questão da formação da competência leitora - as escolas. Sabemos que há muito o poder público virou-lhe as costas e, não é coisa rara um aluno sair do Ensino Médio sem nunca ter lido uma obra significativa da literatura, situação mais que alarmante.  O evento é descentralizado e contempla desde as escolas do ensino básico aos alunos do Ensino Superior. A programação se concentra entre os dias 21 e 25 de maio. O pernambucano Marcelino Freire estará na abertura das atividades pela tarde a partir das 15h na Escola do SESC e a noite a partir das 19h no curso de Letras da UnP acompanhado de Patrício Júnior. Já Carpi

Carlos Fuentes

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Jorge Luis Borges, Roberto Bolaño, Mario Vargas Llosa, Isabel Allende, Adolfo Bioy Casares, Gabriel García Márquez e muitos outros são nomes por demais significativos à literatura latino-americana. A essa lista indispensável é o nome do escritor mexicano Carlos Fuentes. Filho de pais diplomáticos, nascido em 1928, no Panamá, Fuentes morreu ontem, 15 de maio de 2012. É um dos mais proeminentes escritores do México. A condição e o meio em que nasceu deram-lhe oportunidades que contribuíram à sua formação: Fuentes estudou na Suiça e nos Estados Unidos. E foi filho dos muitos lugares onde viveu – Quito, Montividéu, Washington, Santigo, Buenos Aires, Rio de Janeiro... Mas, foi o tempo que passou no México, onde se radicou desde 1965, o que mais lhe serviu de matéria na composição de uma obra imersa no debate intelectual sobre a filosofia do mexicano. Seu primeiro livro, Los días enmascarados , ainda sem tradução para o Brasil, publicado em 1954, já apontava para essa questão ide

Todo Machado de Assis online

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Semana passada falei aqui sobre a disponibilização eletrônica por parte da Biblioteca Nacional da 1ª edição de Dom Casmurro , de Machado de Assis. As 404 páginas então editadas pelo livreiro Garnier é um achado eletrônico. Sim, mas um projeto que disponibilize toda a obra do autor em edição eletrônica é também outro achado.  É verdade que Machado de Assis deve ser o escritor brasileiro que, apesar de não ter vivido e nem pensado nessa viagem literária por um suporte eletrônico, mais tem arquivos espalhados pela web . E mesmo desde o ano 2000 que suas obras já haviam sido colocadas por esse terreno sem quaisquer ônus, à disposição de qualquer leitor ao redor do mundo.  Mas, convenhamos, vários trabalhos, por mais que representem um esforço hercúleo por parte de quem os empreendeu, tem suas lacunas. Além do que, os arquivos estão como disse de início, espalhados pela web . Quer dizer, estavam. Porque, foi seguindo esse raciocínio lógico de juntar arquivos que uma equipe de pr

Paraísos artificiais, de Marcos Prado

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A arte não é livre de propósitos para com o meio do qual ela emerge. E dentre todas as possibilidades deve zelar por uma: fazer ver o que somos, no que nos tornamos e no que poderemos ser. Todas essas três possibilidades faz dela elemento essencial para a manutenção da própria existência humana tal como conhecemos.  Pode ser que Paraísos artificiais , de Marcos Prado não seja nenhum grande filme de revolução estética, cobrança cara, aliás, para quem já produziu fenômenos de público como Tropa de Elite . Mas, a reflexão que este filme pode levar o telespectador é única e começa por uma pergunta: no que vimos nos tornando ou o que temos nos tornado depois que alcançamos a ideia de liberdade plena?  A resposta a essas perguntas é o que se vê na tela. Usando do movimento não linear da narrativa, o filme acompanha em primeiro lance duas importantes ações: uma, demarcando o fim de uma trajetória de uma das personagens, outra, o seu contrário. A primeira dá contas da saída de

Ler a Odisseia (Parte V)

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Por Pedro Fernandes Ulisses cega o Ciclope Polifemo Se fosse o caso de chamar aqui o que faz da Odisseia o grande texto da Literatura me guiaria novamente, como já fiz para outras ocasiões, pela ideia já convencional entre todos os que têm no trato com a escrita seu trabalho e diria que é a linguagem. Nos dois planos: no modo como o enredo desse longo poema é montado, seja pela posição assumida pelo Ulisses no correr da narrativa seja pelas digressões aí operadas com o intuito de suspender a ação e provocar no leitor aquele sentimento do suspense típico da narrativa contemporânea seja pela perfeita conjugação entre dois métodos narrativos – a descrição e a narração; e acresceria ainda o entrelaçamento de narrativas que compõem o enredo maior, que como é sabido, além do regresso de Ulisses para casa, também está aí no mínimo outros três veios narrativos, como o movimento e decisões dos deuses, a viagem da procura de Telêmaco pelo pai e as tramitações em casa de Ulisses pela