Outro homem do ano

Por Pedro Fernandes


Capa da 1ª edição do Eu, de Augusto dos Anjos. Em 2012, a obra fecha um século de existência.


Já falei por aqui que 2012 tem se afirmado como um ano de grandes escritores que merecem — em igual proporção — nossa lembrança. Quando digo isso, penso que merecem ser lidos e relidos. É o ano de Carlos Drummond de Andrade, de Jorge Amado e de... Augusto dos Anjos.

A única obra publicada pelo poeta fecha neste ano um século desde a sua primeira edição. E a Paraíba, terra natal do poeta, vem desde 2006 promovendo eventos em torno do seu livro — único também para a poesia de língua portuguesa. 

Naquele ano foi fundado o Memorial Augusto dos Anjos, instalado na casa restaurada de sua ama de leite Guilhermina, no Engenho Pau-d'Arco, em Sapé. A fundação da instituição foi fruto do projeto “Reconstituição do Universo de Augusto dos Anjos”.

Um novo projeto — “Redescobrindo as Trilhas de Augusto dos Anjos” — possibilitou um ano depois a publicação de várias obras de cunho acadêmico em torno da sua obra, ainda em constante expansão. 

Desse projeto citáveis são os livros Augusto dos Anjos: uma biobibliografia, Conversando sobre Augusto dos Anjos: uma história oral e Augusto dos Anjos em imagens: uma fotobiografia.

Agora, uma equipe de professores prepara a primeira edição do Congresso Nacional de Literatura com o tema central Eu: cem anos de poesia. O evento contará com palestras, mesas-redondas e grupos de trabalhos, além da publicação de Augusto dos Anjos: a heterogeneidade do Eu homogêneo — coletânea de ensaios de vários autores nacionais que se dedicaram e se dedicam ao estudo da vida e obra do poeta paraibano; e uma nova edição do Eu. A iniciativa fecha com a realização de um concurso de poesia para jovens das escolas públicas da Paraíba.


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