Relembrar o dia um ano depois
Por Pedro Fernandes José Saramago. Foto: João Francisco Vilhena. Depois de sua morte, um escritor passa a ter, obrigatoriamente duas datas pelas quais se miram seus leitores para lembrá-lo - a de seu nascimento e a de sua morte. Há casos, é verdade, que não se lembram nem de uma nem de outra e são muitos os escritores que caem no limbo do esquecimento. Mas, como saramaguiano que me defino, não pertenço a esse clã dos esquecidos, apesar de não ser nenhum pouco dado com as datas. E é fato que neste 18 de junho fecha-se um ano em que os leitores de José Saramago ficaram tristes. "O tempo voa!" Disse de mim para mim quando me coloquei à frente desse dia. A notícia sobre a morte de José Saramago me chegou naquela manhã por uma ligação telefônica no momento em que eu me preparava para ministrar uma aula no meu estágio de docência durante o Mestrado. Se nenhuma aula sai conforme o planejado aquela teve tudo para que destoasse a léguas. Quando desliguei o telefone e olhei para