Miacontear - A despedideira
Por Pedro Fernandes “A despedideira” é sim um conto de despedida. Como narrador, novamente temos a voz de uma mulher. Esta não está para narrar sua submissão a uma rotina por um homem (como se lê em “O cesto”) , nem está para narrar algum homicídio (“Meia culpa, meia própria culpa”), o que esta mulher se põe a contar é o início e o desfecho de um amor. A ideia de submissão, entretanto, é a mesma, ainda que esta, agora, não padeça fisicamente, nos gestos e na fisionomia, de atitudes de machismo sobre ela, como é visível, por exemplo, nas mulheres dos dois outros contos antes referidos. Mesmo que o seu desejo seja de um homem ao seu lado - “nuvem”, “homem em breves doses”, “e, vez enquando, seja mulher, tanto quanto ela ”; e mesmo que ela tenha conseguido esse homem, que é este amor que agora é conta perdido, é latente a submissão psicológica a ele construída por um muro de lembranças que é o próprio muro que sustenta sua subjetividade. “Deixem-me agora evocar, aos golpes de