Afonso Cruz
“Para uns, a raiz é a parte invisível que permite à árvore crescer. Para mim, a raiz é a parte invisível que a impede de voar como os pássaros. Na verdade, uma árvore é um pássaro falhado.” ― De Os livros que devoraram o meu pai , Afonso Cruz Afonso Cruz. Foto: Sara Matos Não faz muito tempo que a obra de Afonso Cruz começou um caminho de vigorosa ascensão, mas já faz o tempo suficiente para que os leitores deste lado do Atlântico começassem a reivindicar a presença de sua obra entre nós. O escritor nascido em Figueira da Foz em 1971 escreveu até agora cinco livros dotados de uma rica linguagem poética e imaginativa, como é possível sorver nos excertos que iluminam a abertura dessas notas. Com alguns deles, acumula alguns importantes prêmios e boa recepção pela crítica literária no seu país. De maneira que, com esses traços é possível filiar o autor a uma linha criativa da literatura portuguesa marcadamente surrealista e circunscrita no diálogo à volta de um universo cuja dimensã