As cidades invisíveis
Por Pedro Fernandes “Sem pedras o arco não existe” Ítalo Calvino, As cidades invisíveis Escritores como Jorge Luis Borges e Italo Calvino elegeram como “ideal” o romance complexo, labiríntico, capaz de enredar-se por vias múltiplas, capaz de dar conta da diversidade de sujeitos, suas vozes e posições. Um romance como uma extensa rede aberta e infinita, capaz de abarcar na sua estrutura uma diversidade de saberes e códigos. O que ambos escritores perceberam é que todos somos sujeitos situados numa extensa rede e o romance, enquanto “materialização” do real sensível, haveria de se comportar, nesse meio, como um inventário enciclopédico. Isto é, haveria o romance de abarcar em suas fronteiras a complexidade dessa extensa rede que estamos inseridos; o romance como um suporte para a atuação de diversos universos. Essa idéia de um hiper-romance, bem como a idéia de rede parece ser incorporada por Calvino, só para citar um exemplo, em “As cidades invisíveis”. A obra é