72 horas, de Paul Haggis
Por Pedro Fernandes Russell Crowe em cena de 72 horas . Às vezes construir uma realidade paralela pode dar melhor sentido à vida. Onde reside os limites do real? Onde reside os limites da ficção? Onde reside os limites do amor? São todas perguntas que 72 horas é capaz de nos suscitar. E a resposta para todas elas é a de que não há limites. Ou se há somos nós quem os fazemos. Para quem foi ao cinema às cegas, sem nada ter visto ou lido sobre o filme encara os primeiros minutos da narrativa com o princípio de mais um daqueles dramas de perdas e que se prolongam por cenas e cenas de lutas na justiça e blá-blá-blá. Mas, engana-se. A cena seguinte já troca a rotina pelo imprevisto e enche a tela de porrada. Acusada de assassinato, Lara é levada pela polícia enquanto John mal consegue conter o desespero de seu filho de três anos que, assustado com a invasão, só consegue chorar. Eis aí mais uma impressão falsa. A princípio acharemos esse John com cara de sujeito acomodado,