Quatro dias para Veríssimo de Melo


Américo é autor de Viagem ao universo de Câmara Cascudo
Veríssimo de Melo. Imagem: Tribuna do Norte
Quem foi Veríssimo de Melo pouco gente sabe. Eu pelo menos só conhecia o nome como prefaciador de alguns textos de outros escritores potiguares que já li. Está aí o déficit da parte de todos e, sobretudo dos estudantes de letras, em relação a determinados nomes e figuras da literatura do estado. Não fosse a reportagem publicada hoje, 20 de agosto, no caderno Viver, do jornal Tribuna do Norte o nome ainda continuaria a figurar apenas como alguém que prefaciou livros como a reedição de O livro de poemas de Jorge Fernandes.

Aos desavisados como eu terão agora a oportunidade de saber mais sobre a figura do escritor. Pela passagem dos seus 90 anos que completaria agora em 2011 caso fosse vivo - o escritor morreu em 1996 - está sendo organizado numa parceria entre prefeitura e Capitania das Artes um evento com vasta programação, diga-se, em torno do nome de Veríssimo de Melo. Trata-se da primeira edição do Encontro de Folclore e Cultura Popular - que como outros eventos iniciados nesse mês de agosto - espera-se que renda frutos e outras edições.

O evento em questão reúne uma série de palestras e debates a cargo de estudiosos e acadêmicos, sobre sua vida e obra. A  produção literária do escritor que beira ao número de 100 publicações, nacionais e estrangeiras, em grande parte dedicada ao folclore começará a ser posta em discussão a partir da segunda-feira, 22 de agosto, com o seminário "Viva Vivi", de 9 às 12h, com mesas redondas sob o comando de Diógenes Cunha Lima, Deífilo Gurgel e Roberto Lima.

Na terça-feira, 23, Veríssimo de Melo será debatido de três formas diferentes: "O antropólogo", com Paulo Lopo Saraiva; "O humanista", com José Augusto Júnior, e "O folclorista", por Severino Vicente. Para a quarta, Gutemberg Costa fala de religiosidade popular; Dorian Gray, sobre xilogravura e cordel, e Vicente Serejo, sobre a produção intelectual de Veríssimo de Melo. A quinta-feira receberá Iapery Araújo, falando da relação do folclorista com a medicina popular; Leide Câmara fala da porção compositor, e Woden Madruga, do jornalista. O encontro se encerra na sexta com debate dos historiadores Enélio Petrovich, Jurandyr Navarro e Valério Mesquita.

O evento tem entrada franca e se concentrará no SESC, Cidade Alta.


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