Glauber pela boca da mãe
Glauber Rocha. Foto: Blog da Cosac Naify. Aos 90 anos a mãe do cineasta maior, numa conversa feita em 2008 com Rafael Munduruca, fala sobre o filho e as dificuldades para a carreira do diretor de Terra em transe. |
Todo pequeno entendedor de cinema
sabe da importância que representa o nome Glauber Rocha para o cinema nacional
e por que não para o cinema mundial. Glauber não foi apenas grande cineasta e
diretor de uma obra genial e importante para o cinema. Deixou também uma produção
escrita vasta com reflexões acerca do cenário no Brasil, sobre o movimento por
ele preconizado – o Cinema Novo – e, sobre as perspectivas para o seu presente
e futuro do cinema no mundo. Essa produção foi reunida em três amplos volumes
pela editora Cosac Naify e representa uma produção importante para entender a
magistratura do cineasta bem como sua produção cinematográfica. Autor de obras clássicas
como Terra em transe e A idade da terra o autor é rememorado
numa conversa inédita apresentada no blogue da editora que publicou suas três
obras. A entrevista foi feita em 2008, ano em que o cineasta foi homenageado na
terceira edição da CINEOP – Mostra de cinema de Ouro Preto, com Lúcia Mendes de
Andrade Rocha, a mãe de Glauber. Na transcrição a mãe comenta aspectos da
carreira de Glauber, como quando ele se interessou pela carreira e como ela
influenciou (diretamente com patrocínios próprios) a produção dos primeiros
títulos do cineasta: “Vendi um casarão lindo e dei o dinheiro a ele para
terminar A idade da Terra. Ele só tinha
filmado, mas precisava montar e não tinha condições. Mas eu não fico triste com
isso, não, porque a casa só servia para eu morar, eu não tinha mais filho. E
hoje o filme é como uma casa… é para vocês.”
A conversa é curta, mas vale uma leitura para primeiro entender os
primeiros passos de um gênio e segundo entender que o respeito pela obra de
Glauber, hoje patrimônio dos brasileiros, é responsabilidade não apenas dos
seguimentos artísticos e políticos do Brasil, mas de cada um interessado, no
mínimo que seja, por aquilo que nos é autóctone, e, diretamente, é peça no
extenso mosaico de nossas identidades.
Para ver a entrevista, clica aqui.
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