Ainda o dia 14 de julho: a Cruviana
Por Pedro Fernandes
Não podia
deixar de comentar por aqui acerca do lançamento e da edição da revista Cruviana.
Aquelas ideias que dou apoio e que têm um desfecho além do esperado não podem,
claro está, ficar apenas reduzidas às notas de divulgação. É fato que alguns
projetos surgidos na web e que aqui dou apoio mas perdem-se depois
de pronto não carecem de minha parte algo mais que o silêncio. Não devo é
agora citar nomes, porque aqueles que me leem com certa frequência haverão de
perceber quando falo e quando silencio.
A Cruviana teve
sua aparição há pouco menos de um semestre. A ideia, tenho notícias, quando seu
mentor ainda pensava em chamar esse projeto de Tramontana. Assim que soube
a primeira fase do projeto andava já online postei divulgação por aqui. E
agora, depois de, definitivamente pronta, vejo e os leitores que acompanharam
esse trânsito – sim, porque a vantagem da internet está na possibilidade de
acompanhar boa parte dos movimentos da maquinaria final – que a ideia não foi
vento de palha (subestimando a expressão outra). Veio forte e vigorosa, para
além do que sugere o nome dela: cruviana, para quem ainda não sabe do seu
significado, é aquele vento frio da madrugada sertaneja. E pergunto há algo
mais literário que esse título?
Pois bem, a
edição primeira apresentada ao público no último dia 14 de julho, quando então
tive oportunidade de mostrar a edição especial da 7faces, me
deixou, e isso seu editor já sabe, encantado. Rica em seu conteúdo, a Cruviana,
reúne nomes importantes e nomes ascendentes, como deve ser o circuito canônico
da literatura (sem bairrismos, sem subestimações e sem idolatrias) e vem já em
seu primeiro número com uma riqueza de materiais que vão dos textos verbais aos
textos visuais. Desde último, chamo atenção para as imagens do fotógrafo
Pacífico Medeiros e das artes plásticas de Anchieta Rolim. Do primeiro, chamo
atenção para nomes como Olga Savary (autora de, dentre outros, Espelho provisório – Prêmio Jabuti
como autora revelação em 1971) e Clauder Arcanjo (autor de Lápis nas veias). Ao
todo são pouco mais de duas dezenas de contos e micro-contos, especialidade da
revista ora apresentada. Vale a pena a leitura.
E se não for
puxar demais brasa para a própria sardinha, chamo atenção para "Amoré negro", um conto meu - fabricado há muitos
anos - e que agora sai da gaveta para as páginas da revista. Obrigado José de Paiva Rebouças. Vida longa à Cruviana.
Para aceder
à edição, clica aqui.
Comentários