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Mostrando postagens de junho, 2011

Edição especial do Caderno-revista 7faces lembra a obra poética de José Saramago

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Fotografia: Ivanaldo Fernandes Além de romancista, cronista e contista, José Saramago também escreveu poesia. Nos primeiros anos de afirmação de sua escrita. Mas a obra deixada não é vã e merece uma leitura atenciosa. É com esse interesse que se apresenta uma edição especial do Caderno-revista 7faces . Apesar de um periódico eletrônico, o editor da ideia, Pedro Fernandes, conduzirá uma sessão pública e física  de lançamento da edição. O evento já tem data e lugar: ocorrerá pelo dia 14 de julho a partir das 19h no Auditório da centenária Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte (foto) , situada à Praça Dorian Jorge Freire, em Mossoró, RN. Intitulada Variações de um mesmo tom: diálogos sobre a poesia de José Saramago , a edição é acadêmica e reúne ensaios de pesquisadores do Brasil, Argentina e Portugal dedicados à leitura da obra poética do Prêmio Nobel de Literatura. Até lá, ao longo desses dias, o blog apresentará por aqui a programação oficial, que terá ainda a ap

Valter Hugo Mãe

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Por Pedro Fernandes o escritor valter hugo mãe pelas lentes do fotógrafo Nélio Paulo Foi depois de ter ganhado o Prêmio José Saramago, que tomei conhecimento sobre o nome do escritor português; depois acompanhei a apresentação de a máquina de fazer espanhóis através das páginas eletrônicas da imprensa do seu país, sobretudo, as do excelente  Jornal de Letras . O livro chegou recentemente às livrarias brasileiras pela Cosac Naify. Corro agora para ler a edição de o remorso de batalzar serapião que veio a lume aqui no Brasil pela Editora 34 - que já adquiri há certo tempo, mas ainda figura no rol dos livros por ler; foi com este romance que ele ganhou o José Saramago. Depois tomei conhecimento do valter hugo mãe cantor. Adquiri o CD do grupo do qual faz parte - governo - de onde saiu a música primeira que tive contato, "Meio-bicho e fogo" - no dia em que fiz a post seguinte: " Valter Hugo Mãe, cantor ". Assim, de maiúsculas e tudo. Ainda não sabia da pr

José Saramago, ler, ver e ouvir

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Arte de Arthur Luiz Piza que compõe a capa da edição brasileira de A viagem do elefante . É revirando a web que se encontram as novidades. A mais recente é este projeto multimídia que ainda está em desenvolvimento, mas que já dá caras de ser muito interessante. Em épocas de mídias diversas morre o livro que não conseguir se projetar em todas elas. E com o propósito de uma releitura e ao mesmo tempo uma promoção da obra A viagem do elefante , de José Saramago, os alunos disciplina de Laboratório de Cultura, Patrimônio e Ciência, do Mestrado em Ciências da Comunicação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) estão desenvolvendo um site a partir do romance. No site da ideia, que segundo seu histórico, data de lançamento em 1 de junho de 2011, o leitor terá contato com a outra história d' A viagem do elefante . É sabido que José Saramago escreveu esse romance tomando por base os fatos históricos de 1551, ano em que o então D. João III, rei de Portugal decide, por conv

Palavras de pedra e cal: notas

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Por Pedro Fernandes 1.  Há um ano este blog me rendia a primeira ideia mais desafiadora: a edição de um e-book. A ideia, na época, nasceu pelo aniversário do Letras in.verso e re.verso , num acaso, como o blog   e vingou. Olhando para uma crescente variedade de poemas meus publicados em vários meios e boa parte deles trazidos para cá, me senti motivado em organizar uma antologia que foi apresentada num coquetel virtual. Experimentalismos gratuitos meus nesse grande mundo virtual sobre o qual pouco entendo, mesmo mantendo este blog há quatro anos 2.  Esse experimento deu tanto certo que mais tarde me senti motivado a avançar com outros dois projetos. O primeiro deles resultou na criação do Caderno-revista 7faces , uma revista exclusivamente eletrônica para reunir ensaios sobre poetas e poéticas excepcionais e poemas de criadores de diversa parte da língua portuguesa. A ideia avança para uma 3.ª tiragem depois de homenagear Zila Mamede (na primeira edição) e Jorge Fernandes (

Miacontear - A infinita fiandeira

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Por Pedro Fernandes Se narrativa muito aprendeu com a poesia, não temos dúvidas desse “intercâmbio”. O maior aprendizado me parece ter sido não o manuseio com as palavras, mas a própria construção formal - estrutural - do texto. Também não sei precisar se isso foi um aprendizado com a poesia ou um aperfeiçoamento das próprias técnicas de narrar. Ideia para se estudar, é claro.  O que tenho observado nos textos de escritores contemporâneos, como Mia Couto, um modo peculiar dos seus narradores na condução e desfecho da narrativa. O movimento empreendido pelo fio narrativo se ajusta e muito ao movimento do fio da poesia. Trata-se de um movimento cíclico. Na narrativa, como tenho dito várias vezes, um círculo que é reta. Acho que já falei disso aqui noutra postagem e, se não me falta a memória, quando discorria acerca da narrativa de José Saramago, obra de onde me encontrei com essa suspeita. O fato dessa observação é que dou conta dessa questão em “A infinita fiandeira”; conto,

Milton Hatoum

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Poucos são os escritores brasileiros contemporâneos que dão novo fôlego à Literatura Brasileira. É fato que os grandes escritores hoje se contam nos dedos das mãos e ainda ficam dedos órfãos. Não é que não seja conhecedor da própria literatura. Tenho minhas limitações. Isso é fato. Mas quando faço essa constatação faço pensando no que define um escritor como grande.  E é verdade que não é necessário ser nenhum mago - perdoem-me o trocadilho aos leitores de Paulo Coelho - ou nenhum bruxo de vendas - novamente perdoem-me - mas o fato é que ser um escritor que reinvente a linguagem e-ou o ato de narrar constitui, na minha ingenuidade, num dos fatores para ser-se grande. Assim vejo Guimarães Rosa, Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto, Carlos Drummond de Andrade, para ficar nesses quatro nomes... E é aí que dou com um que não é tão desconhecido, mas que ainda necessita dos leitores brasileiros uma leitura mais acurada de sua obra. Falo de Milton Hatoum.  Verdade é que

Meia-noite em Paris, de Woody Allen

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Por Pedro Fernandes É a produção mais recente do cineasta e escritor Woody Allen. E no mesmo nível que outras crônicas produzidas por ele. Se Nova York lhe rendeu por muito tempo matéria para a composição de suas películas, Allen agora toma da cidade de Paris como espaço -flâneur para ambientar esse misto de comédia e romance. Incrível é notar o quanto de autobiográfico salta aos olhos de quem assiste este Meia-noite em Paris . A birra americana dos psedeuintelectuais fabricados e criados à rescaldo de ovação barata para com o escritor-diretor que sempre se encantou com Nova York fez Allen usar a cidade luz como tapa com luva de pelica. Se antes o próprio Allen zombou do ostracismo parisiense, agora parece querer revê-lo com outros olhos. Gil, personagem central desse filme é um escritor iniciante - antes escrevia roteiros bem bolados para Hollywood - e está prestes a se casar com Inez. É quando os pais de sua noiva vão à negócios a Paris que eles, Gil e Inez, aproveita

Relembrar o dia um ano depois

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Por Pedro Fernandes José Saramago. Foto: João Francisco Vilhena. Depois de sua morte, um escritor passa a ter, obrigatoriamente duas datas pelas quais se miram seus leitores para lembrá-lo - a de seu nascimento e a de sua morte. Há casos, é verdade, que não se lembram nem de uma nem de outra e são muitos os escritores que caem no limbo do esquecimento. Mas, como saramaguiano que me defino, não pertenço a esse clã dos esquecidos, apesar de não ser nenhum pouco dado com as datas. E é fato que neste 18 de junho fecha-se um ano em que os leitores de José Saramago ficaram tristes. "O tempo voa!" Disse de mim para mim quando me coloquei à frente desse dia. A notícia sobre a morte de José Saramago me chegou naquela manhã por uma ligação telefônica no momento em que eu me preparava para ministrar uma aula no meu estágio de docência durante o Mestrado. Se nenhuma aula sai conforme o planejado aquela teve tudo para que destoasse a léguas. Quando desliguei o telefone e olhei para

Joyce para as telas

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Por José Abrantes Ulisses , de James Joyce, ganhou a primeira versão cinematográfica em 1967. Numa produção britânica de baixo orçamento, com fotografia em preto-e-branco e forte contraste, o norte-americano Joseph Strick fez a adaptação e dirigiu um elenco excepcional de atores irlandeses: Milo O'Shea (Leopold Bloom), Barbara Jefford (Molly Bloom), Maurice Roeves (Stephen Dedalus) e T. P. McKenna (Buck Mulligan). Ignorado pelo grande público e mal recebido pelos críticos, o filme é uma destilação do livro. Não inclui os despudores de Joyce, uma vez que a censura irlandesa (inglesa também) na época ainda era de ferro (na cópia original liberada, bips irritants obliteravam as "indecências" ditas por Molly no monólogo final), mas fascina ao reproduzir visualmente as alternâncias entre ação e monólogo interior, embora recorra muitas vezes à narração sobre imagens. Strick retomou Joyce com Um retrato do artista quando jovem , em 1977. Também produção britânica, com elenco

Miacontear - Os olhos dos mortos

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Por Pedro Fernandes Em  “ Os olhos dos mortos ”  estamos diante de uma protagonista mulher que também ocupa o estatuto de narrador. Esta bem poderia ser colocada, dado o forte parentesco, junto àquela mulher que assassina o marido em “Meia culpa, meia própria culpa”; à maneira dela, esta também está para confessar o assassinato do marido. Se aquela comete o homicídio por um sentimento de posse, esta comete, entretanto, para se libertar do domínio masculino. “Durante anos, porém, os passos de meu marido ecoaram como a mais sombria ameaça. Eu queria fechar a porta, mas era por pânico. Meu homem chegava do bar, mais sequioso do que quando fora. Cumpria o fel de seu querer: me vergastava com socos e chutes. No final, quem chorava era ele para que eu sentisse pena de suas mágoas. Eu era culpada por suas culpas. Com o tempo, já não me custavam as dores. Somos feitos assim de espaçadas costelas, entremeados de vãos e entrâncias para que o coração seja exposto e ferível.” (p.70).

Tetro, de Francis Ford Coppola

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Este é  o último clássico do Coppola. E é clássico não apenas porque foi feito pelo Coppola, mas sim, porque ele aproveita tudo o que aprendeu em Apocalypse now e em O poderoso chefão , suas obras-primas, e incorporou nesse Tetro . No filme, Coppola está no auge de seus setenta anos e, portanto, é já dono da capacidade de síntese transformando Tetro numa obra poética. É novamente o drama do relacionamento familiar - tema da maior de sua produção - que aqui se apresenta. Tetro é um filme acerca das incertezas e das dúvidas em torno dessa criação cultural: a família. Gravado em preto-e-branco em pleno século da luz no cinema, Tetro traz a história de Benny, um garoto norte-americano que vai ao encontro de seu irmão, que antes fora um escritor de talento e ao sair de casa para tentar a "sorte grande" não volta mais para casa, nem para rever a família, nem para buscar Benny. É na sombria Buenos Aires onde a trama se desenvolve, porque é lá que Benny localiza Angel

O retrato possível de Fernando Pessoa e três poemas do mestre

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anA marques. Poema "Aqui na orla da Praia"- Fernando Pessoa 2001 Era um homem magro, com uma figura esguia e franzina, media 1,73 m de altura. Tinha o tronco meio corcovado. O tórax era pouco desenvolvido, bastante metido para dentro, apesar da ginástica sueca que praticava. As pernas eram altas, não muito musculadas e as mãos delgadas e pouco expressivas. Um andar desconjuntado e o passo rápido, embora irregular, identificavam a sua presença à distância.   Vestia habitualmente fatos de tons escuros, cinzentos, pretos ou azuis, às vezes curtos. Usava também chapéu, vulgarmente amachucado, e um pouco tombado para o lado direito.  O rosto era comprido e seco. Por detrás de uns pequenos óculos redondos, com lentes grossas, muitas vezes embaciadas, escondiam-se uns olhos castanhos míopes. O seu olhar quando se fixava em alguém era atento e observador, às vezes mesmo misterioso. A boca era muito pequena, de lábios finos, e quase sempre semicerr

Manuel António Pina

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“Toda a poesia, e provavelmente toda a arte, toda a filosofia, todas as religiões, são, acho eu, movidas pelas perguntas fundamentais: ‘De onde vimos?’ ‘Para onde vamos?’ E, já agora, também pelo ‘Quem somos?’. Isto é, pelo medo. ‘Riste porque tens medo’, escreve Bataille. Poder-se-ia acrescentar-se: escreves, ou tens fé, porque tens medo. Acho que é Borges quem diz que os temas de toda a literatura se podem reduzir a dois, o amor e a morte. O amor, através do sexo, está ligado ao abismo da origem do ser; a morte ao do seu desaparecimento. É natural que os homens, perante tais abismos, se interroguem e, porque não encontram respostas, tenham medo. Talvez por isso a generalidade das religiões inclua uma cosmogonia e, simultaneamente, concebam um destino: para responder ao medo.” A fala é de Manuel António Pina numa entrevista para o periódico português Visão . Antecede esta conversa a data de recepção do Prêmio Camões. E finda com outros termos que gostaria de destacar antes

O leitor, de Stephen Daldry

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Por Pedro Fernandes A lista de filmes que toma a Segunda Guerra Mundial, esse que foi, sem dúvidas, o confronto que pôs a humanidade à beira da própria destruição, é enorme. Poucos são os que conseguem extrair do horror sua essência sem cair no barbarismo. Um desses poucos chama-se O leitor. Durante o mestrado - quando vi este filme - indiquei a muitos dos meus colegas. Foi este um filme que, como O jardineiro fiel ou O segredo de Brokeback Mountain , me causo pane nos nervos e me levou a ficar pensativo no outro lado da espécie humana por longos dias. Catarse, se é que se pode assim falar, daquelas.   O leitor toca no cartão-postal da Segunda Guerra: os homicídios em massa cometidos na Alemanha de Hitler. Inspirado no romance homônimo, de Bernhard Schlink, o enredo do filme começa numa Alemanha em reconstrução do pós-guerra. Como personagem central somos apresentados a Michael Berg, um adolescente de 15 anos que no caminho para casa passa mal e é ajudado por uma mulher, vi

Dois poemas de Clarice Lispector por Benjamin Moser

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Por Pedro Fernandes Clarice Lispector, 1944 (detalhe).   Ainda há muita coisa para se descobrir sobre Clarice Lispector. Numa entrevista do seu mais recente biógrafo, Benjamin Moser, autor de Clarice, ele disse ter escrito algo em torno de duas mil páginas acerca da escritora brasileira, das quais, aproveitou pouco mais de seiscentas. Fato é que, revendo, desta ocasião, o blog da Cosac Naify, editora pela qual saiu a biografia em questão, encontro uma face de Clarice pouco conhecida do público e que Moser revela como a face de poeta. Vejamos. Clarice admitiu alguma vez ter se dedicado ao ofício do verso, mas nada aproveitou dessas experiências. O dois textos que provam o contrário, segundo Moser, são os que transcrevo a seguir: A mágoa, Os telhados sujos a sobrevoar Arrastas no vôo a asa partida Acima da igreja as ondas do sino Te rejeitam ofegante na areia O abraço não podes mais suportar Amor estreita asa doente Sais gritando pelos ares em horror Sangue esco

Miacontear - O fio e as missangas

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Por Pedro Fernandes O título deste conto, “O fio e as missangas” e ele próprio me fez outra vez retornar ao título do livro que o contém. E vejo que ele pode ocupar o papel de chave-de-leitura para a essa antologia. Se antes eu via no título O fio das missangas como uma metáfora para a própria composição do livro, posso agora definir com mais precisão as missangas desse fio “- A vida é um colar. Eu dou o fio, as mulheres dão as missangas. São sempre tantas, as missangas... ”  O livro de Mia Couto é um exercício de perscrutar as várias vidas contidas no horizonte de vida do contista. Está clara a interpretação. E é, sobretudo, as várias vidas de mulheres, como observei numa outra passagem da leitura aqui desenvolvida, sem dúvidas, personagens centrais da obra, as contas desse colar . A imagem masculina do fio  que as perpassa reitera a qual universo pertencem tais mulheres. O conto em questão é um dos mais simples do livro. O encontro do narrador com um tal de JMC, espécie de Don

Colóquio internacional em homenagem ao centenário de nascimento de Jorge Amado

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A equipe de pesquisa ERIMIT (Equipe de Recherches Interlangues “Mémoires, Identités, Territoires”) da Université Rennes 2 – França, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural da Universidade Estadual de Feira de Santana-Bahia e com a Fundação Casa de Jorge Amado propõe a realização, nos dias 11, 12 e 13 de outubro de 2012, de um colóquio internacional em homenagem ao centenário de nascimento de Jorge Amado. De todos os escritores brasileiros, o baiano Jorge Amado é seguramente aquele que mais “exportou” imagens do Brasil. A proposta de explorar a dimensão internacional de sua obra e o diálogo intercultural que ela promove justifica-se plenamente. Traduzido em dezenas de línguas, Amado pode ser considerado uma espécie de “embaixador” da cultura brasileira, não somente pela circulação abrangente de sua obra, mas pelas suas múltiplas “navegações” pessoais que lhe permitiram desenvolver laços de amizades com grandes intelectuais e arti

Miacontear - O nome gordo de Isidorangela

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Por Pedro Fernandes Não é apenas no nome “Isidorangela” que traz um transbordamento de forma. Ela é gorda, “sobrada” de si mesma. “Ela e o planeta: dois círculos concêntricos. O 'Monumento'”. Num tom do riso - aliás, este é o conto mais leve de todo O fio das missangas -,  lemos um narrador às voltas com uma ideia fixa de um pai, que enxerga em Isidorangela, uma espécie de futuro promissor para o filho e claro (!) para própria família. Tudo isso porque a menina, “um algodão-de-açúcar, com seu vasto vestido de roda, toda em pregas rosáceas”, nada mais é, do que filha do presidente da câmara, o Dr. Osório Caldas. Esse conto carrega, na verdade, antes de passarmos ao tão famigerado plano do pai desse menino, traços muito marcantes do pensamento colonizado. A ideia da troca de favores, do jeitinho social para se dá bem na vida, o sentimento de inferioridade perante aos do topo e ainda os veios de um preconceito sob todas as faces - da cor, da linguagem, do corpo - estão aí

Dois lapsos poéticos

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Katrin Coetzer. Neotropica . Peça 1 ‎E dentro de mim - entranhas estranhas - terras de sombras se formam todas as dores do mundo Peça 2 E já um dia disseram que um dia tudo seriam flores morreram os que disseram e o tempo dos espinhos ainda está no começo * Acesse  o e-book  Palavras de pedra e cal  e leia outros poemas de Pedro Fernandes.