Água para elefantes, de Francis Lawrence
Por Pedro Fernandes
Água para elefantes é uma escola para o ator Robert Pattinson que ensaia sair do patamar de vampiro-adolescente-charmoso da saga Crepúsculo para papéis mais sérios. |
Baseado no texto de Sara Gruen, Água para elefantes é a melhor surpresa de 2011, embora seja ainda um filme mediano, devido a um roteiro fraco que se perde entre um drama barato e um romance fortemente hollywoodiano. O filme é também uma escola para o ator Robert Pattinson que ensaia sair do patamar de vampiro-adolescente-charmoso da saga Crepúsculo para papéis mais sérios - isso desde o péssimo Lembranças. Digo escola porque o garotão bem que se esforça (e já passou por outras escolas além desta), mas, ainda está longe de ser uma revelação.
Água para elefantes dá contas (ou pelo menos tenta) de um universo, há muito em crise: o circo. Jacob tem uma vida que vai, aos trancos e barrancos, apontando para uma bem sucedida carreira na medicina veterinária. É quando se dá a perda dos pais e dos poucos bens que os pais deixariam a ele, que, sem ter dinheiro para fechar os estudos, sem ter moradia para viver e jogado num Estados Unidos em plena crise - a trama se passa na década de 1930 - leva o jovem a, por acaso (e também por necessidade) a se juntar ao Circo Benzini Bros, na época, beirando a signo de luxo e de poder no mundo dos circos.
É no circo que Jacob se vê envolvido pela artista Marlena, mulher do proprietário do circo e responsável pelos números sensuais que integram a programação do local. É aí que a trama se perde. Se foco, ao que nos parece ia para o mundo do circo, e o diretor poderia ter explorado ao limite o tema, agora tem de competir, de maneira descompassada, com esse meloso amor de Jacob e Marlena. Descompassada porque a vida no circo é sufocada pelos contornos desse amor impossível. A sensação é que Lawrence já havia aprontado o roteiro e inseriu colando por cima os episódios de amor. Tudo estratégia de entretenimento.
É no circo que Jacob se vê envolvido pela artista Marlena, mulher do proprietário do circo e responsável pelos números sensuais que integram a programação do local. É aí que a trama se perde. Se foco, ao que nos parece ia para o mundo do circo, e o diretor poderia ter explorado ao limite o tema, agora tem de competir, de maneira descompassada, com esse meloso amor de Jacob e Marlena. Descompassada porque a vida no circo é sufocada pelos contornos desse amor impossível. A sensação é que Lawrence já havia aprontado o roteiro e inseriu colando por cima os episódios de amor. Tudo estratégia de entretenimento.
Salva o filme o papel de Christoph Waltz, o dono do circo, marido e obcecado por Marlena. Também a fotografia, belíssima e realista porque colada ao período em que se passa o filme - diferentemente, é claro, do trash A garota da capa vermelha - e, são, basicamente, esses dois lances que fazem desse filme uma agradável surpresa para o ano.
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