Macondo, o nascimento de uma cidade literária



Quem leu Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez sabe que Macondo é "uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos".

Dizem que Macondo foi baseada na cidade da Aracataca, onde García Márquez viveu parte da sua infância. Macondo era o nome de um bananal que se localizava nas imediações da cidade. Dizem também que Macondo foi inspirada por Yoknapatawpha Country de William Faulkner, embora muitos digam ainda que o escritor não havia lido nenhuma peça de Faulkner enquanto escrevia o romance.

A cidade aparece pela primeira vez no livro A revoada para depois ser protagonista em Cem anos de solidão. Em péssima hora, outro romance de García, Macondo é retomada fazendo uma ligação evidente entre os dois romances. Em Cem anos de solidão, a cidade cresce a partir de um pequeno assentamento com quase nenhum contato com o mundo exterior, para eventualmente tornar-se um grande e próspero lugar.

Tomando de um nome tão expressivo ergue-se na web outra cidade literária - Macondo-revista. Um espaço que desponta e poderá ser um próspero lugar. Como uma publicação on-line, Macondo - segundo nota divulgada no site da revista - "pretende explorar um espaço até então pouco habitado na cultura nacional: o da arte literária." Não sei se é um espaço pouco explorado na cultura nacional tendo em vista a leva de espaços online. Mas, verdade seja dita, sempre é bem-vindo mais um.

A web merece ser semeada ao transbordamento por cidades do tipo. Ainda no texto de apresentação da revista, dizem os editores: "Por meio da difusão de textos verbais e não-verbais, nos mais variados gêneros e formatos, o nosso objetivo é justamente a divulgação da boa literatura que, muitas vezes, não encontra seu devido lugar de promoção e, tampouco, recebe o valor que lhe é de direito." Torço e espero que seja este um lugar sempre com esta meta. É comum encontrarmos espaços que depois que despontam e crescem esquecem de dar vez e voz aos de baixo. Ou então, se acham grandes o suficientes e padecem de surdez total para com tais vozes.

A revista prima por "resenhas, contos, poemas, charges, fotografias e todas as demais formas de expressão". "As publicações serão trimestrais, disponibilizadas gratuitamente e para ampla divulgação, promovendo, por fim, não só a literatura enquanto um todo, como também os trabalhos específicos de cada autor participante. Alguns destes serão convidados por nós a colaborar com as edições, mas esperamos que todos vocês que, eventualmente, queiram contribuir com alguma produção de vossa autoria, enviem-nos os exemplares para apreciação, avaliação e possível publicação." - emenda ainda a tal nota de apresentação.

Vida longa e gloriosa a essa cidade. Na web circula um vídeo-teaser para apresentação da ideia. Abaixo está o referido vídeo.







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