Fernando Bonassi
Olhei-a. Ela puxou minha mão para o meio de suas pernas, erguendo seu vestido, me pondo num lugar aconchegante, quente, úmido, macio, o melhor lugar dentre todos, o primeiro lugar. Dedilhei-a. Ela gemeu. Eu quis sair. Ela retesou as pernas ... Sem soltar minha mão daquele lugar, ela girou e desceu tirando minhas roupas. Engoliu meu pau com força e dignidade, num serviço vigoroso. Antes de explodir na boca dela, tirei-o dali. Sem deixar que arrancasse o vestido, imobilizei seu quadril na beira da almofada e bebi o que pude.
Fernando Bonassi, em Crimes conjugais
É nesse tom colhido das histórias de um cotidiano completamente invadido pela violência e pelo erotismo que Fernando Bonassi constrói a maioria de suas narrativas. Não é que o escritor tenha como foco de sua produção literária apenas esses dois veios temáticos; esses dois são apenas os mais preponderantes.
Integrante de um movimento literário a que crítica brasileira vem chamando de realismo suburbano a tônica da narrativa bonassiana é o dinamismo da vida urbana. Daí nasce uma narrativa de curto fôlego, mas densa de sentidos, substancialmente híbrida, versátil, em que os componentes textuais do romance estão à serviço dos temas inerentes aos espaços da periferia. Bonassi se filia, assim, ao rol de escritores como Rubem Fonseca e João Gilberto Noll.
Outra característica da narrativa do brasileiro é a introspecção das suas personagens. Vítimas do absurdo das cidades e de um individualismo que lhes torna a escassa existência uma carestia inflacionária, suas personagens nascem de uma complexa relação interior-exterior e estão marcadas pelas experiências das perdas e das buscas, presas na desconfiança e nos sentimentos humanos mais banais.
Integrante de um movimento literário a que crítica brasileira vem chamando de realismo suburbano a tônica da narrativa bonassiana é o dinamismo da vida urbana. Daí nasce uma narrativa de curto fôlego, mas densa de sentidos, substancialmente híbrida, versátil, em que os componentes textuais do romance estão à serviço dos temas inerentes aos espaços da periferia. Bonassi se filia, assim, ao rol de escritores como Rubem Fonseca e João Gilberto Noll.
Outra característica da narrativa do brasileiro é a introspecção das suas personagens. Vítimas do absurdo das cidades e de um individualismo que lhes torna a escassa existência uma carestia inflacionária, suas personagens nascem de uma complexa relação interior-exterior e estão marcadas pelas experiências das perdas e das buscas, presas na desconfiança e nos sentimentos humanos mais banais.
Fernando Bonassi nasceu em São Paulo em 1962. Tem inúmeros livros publicados, dentre os quais vale citar 100 coisas, Crimes conjugais, O céu e o fundo do mar, Prova contrária, Subúrbio. Além dos romances escreveu peças para o teatro, TV, literatura infanto-juvenil e o cinema, sua especialidade; ele é formado em Cinema.
Comentários