Novamente, a escrita
Por Pedro Fernandes "Mulher escrevendo uma carta". Frans van Mieris Já dizia o saudoso poeta Carlos Drummond de Andrade que a luta com palavras é coisa vã. E é. Surgida com o pretexto de traduzir e organizar a fala, o processo da escrita configura-se como um processo doloroso, dramático, infinito, solitário. Doloroso e dramático porque sempre que nos deparamos com um tema para desenvolvermos um texto qualquer, oscilamos e, não são poucas as vezes que até desistimos pelo simples fato de não conseguirmos colocar/expor no papel aquilo que poderia ser nossa fala, nossa opinião. E não apenas isso. Articular ideias e signos é mais complicado do que possa parecer ao mais entendido de fluxos verbais e gramaticais. Agora, infinito é tal processo porque, quando retomamos um texto nosso qualquer subtraímos ou adicionamos ideias. Encontramos absurdos. Coisas que supostamente não diríamos ontem se tivéssemos os olhos de hoje. E solitário porque para produzir temos, na maio