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Mostrando postagens de outubro 19, 2010

Budapeste, de Chico Buarque

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Por Pedro Fernandes Em se tratando da dissolução dos sujeitos e das identidades na contemporaneidade, todos os romances de Chico Buarque anteriores a Leite derramado (neste a presença é menos significativa, mas não menos operante) apontam nessa direção; cite-se Budapeste em que o protagonista José Costa na volta de um congresso de escritores anônimos é, devido a um pouso inesperado, preso por um dia numa cidade de língua incompreensível, configurando-se, desde então, sujeito em trânsito, escorregadio, “em-busca-de/ encontrar-se com”. Budapeste com sua amarelidão acaba por se constituir ponto de fuga daquela sua incômoda realidade: basta relembrar que a personagem em questão é um ghost-writer  que  vive um casamento entediante e Vanda, sua mulher, diferentemente dele, que o sucesso é o brilho do outro, é uma jornalista reconhecidamente de alto prestígio. No fugir de sua rotina anônima e no encantamento que a personagem vai nutrindo pela cidade desconhecida, podemos inferir, um