As Invasões Bárbaras, de Denys Arcand
Às vezes parece que o cinema, por alguma razão inexplicável, move-se em direção a algum tema específico e vários títulos de uma mesma época abordam universos semelhantes. É o que aconteceu com o fim do sonho socialista e dos ideais de uma geração, explorado quase simultaneamente em Os Sonhadores (2003), de Bernardo Bertolucci, nos alemães Adeus, Lênin! (2003) e Edukators (2005), e em As Invasões Bárbaras , do canadense Denys Arcand, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e do prêmio de Melhor Roteiro em Cannes. O tema não é novo na obra de Arcand, que sempre tratou de fortes posicionamentos políticos e morais. As Invasões Bárbaras é, na verdade, a continuação de outros de seus filmes, O Declínio do Império Americano (1986). Lá, um grupo de professores universitários, debatia sobre sexo e comportamento, em um discurso que deixava clara a opinião do cineasta sobre a decadência dos valores regidos pelo capitalismo. Dezessete anos depois, eles se reúnem no l