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Mostrando postagens de julho 29, 2010

Sobre a poesia

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Por Adélia Prado Quando eu falo de poesia, não é apenas da poesia que, eventualmente, nem sempre nós encontramos nos poemas; falo do fenômeno poético de natureza epifânica, reveladora, daquilo que confere a uma obra de arte o estatuto de obra de arte. Poder ser música, pode ser escultura, a pintura, teatro, dança, cinema e literatura, que é onde eu me coloco. Tudo isso que foi nomeado, tudo aquilo que eu chamo de arte se justifica pela poesia que ela contém; se não tiver poesia não é cinema, não é teatro, não é pintura, não é literatura. Não tendo, ela é tudo, menos obra de arte. A obra verdadeira ela é sempre nova. Não cansa porque traz em si mesma e apesar de si mesma algo que não lhe pertence e nem pertence ao seu autor. Vem de outro lugar, de uma instância mais alta e através da única via possível, que é a vida da beleza. Em arte, quando eu falo beleza, eu tô falando não de boniteza, mas de forma. Arte é forma; não é do bonito que nós estamos falando. A forma, a beleza, rev