José Saramago: irreperável perda
Por Pedro Fernandes Abro este blog ainda marcado pelo imenso vazio que se fez no início desta manhã e que se expandiu com a leitura em sites e jornais diversos agora há pouco. Chorei a morte de José Saramago como se tivesse perdido um pai. É o leitor-admirador, sem as amarras do leitor-crítico, quem fala. Minha relação com a pessoa José Saramago se deu pela sua obra, afinal nunca fui um leitor guiado primeiro pelo efeito tiete do escritor. Também cumpro bem minha recusa pela moda ou o lugar do fã . Todo fanatismo, ele próprio concordaria, é cego e burro. Com Saramago, por através da obra e do seu pensamento dialogamos; sim, porque o escritor português foi dos que acreditaram sobre a impossibilidade de separar a pessoa civil do escritor pessoa do autor da obra. Um e outro, dizia, estão implicados. E justo por essa razão, e pelo cuidado que sempre teve em lidar com toda sorte de questões sobre a comunidade humana, ele me era, como para muitos, certo porta-voz para o mundo porque tin