Vinicius de Moraes
Por Marcelo Sandmannm Vinicius de Moraes (Rio de Janeiro, 1913-1980) é nome dos mais significativos na vida cultural brasileira do século XX. Além de poeta, bem acolhido pela crítica do tempo e festejado como poucos pelo público leitor, foi autor de teatro, com destaque para Orfeu da conceição (1956), e crítico de cinema e cronista de colaboração regular na grande imprensa do país. Com o advento da Bossa Nova, na segunda metade da década de 1950, intensificou sua atuação como compositor e letrista, tornando-se uma das figuras centrais da música popular brasileira. Manuel Bandeira, apreciando Cinco elegias (1943), foi lapidar a respeito do autor: “Porque ele tem o fôlego dos românticos, a espiritualidade dos simbolistas, a perícia dos parnasianos (sem refugar, como estes, as sutilezas barrocas), e finalmente, homem bem do seu tempo, a liberdade, a licença, o esplêndido cinismo dos modernos.” Já na “Advertência” que abre sua Antologia poética (1954), Vinicius propunha a ex