Quase deuses, de Joseph Sargent
Por Pedro Fernandes O ano é 1930. A cidade é Nashville, Estados Unidos. Tempo e lugar de segregação racial. Como pano de fundo sobre a questão negra, está a figura de Vivien Thomas, que como todo negro servia aos mandos e desmandos do branco e está condenado a ser um portador de profissões de pouca significância; ele é um hábil marceneiro com sonho de fazer medicina. Com um nome feminino porque sua mãe achava que teria uma menina e, quando nasceu o menino, não quis mudar o nome escolhido, num país também assolado pela Grande Depressão de 1929, Thomas encontra-se desempregado e vê o pouco dinheiro que juntava há sete anos para um dia realizar o sonho pelos seus próprios méritos. Claro, estamos também numa terra que atende pelo nome de meritocracia como o modelo ideal de qualquer um chegar ao topo. Só até aqui nesse parágrafo o leitor já terá encontrado uma quantidade diversa de temas caros explorados pela obra de Joseph Sargent: o contexto histórico de degeneração do capi