As obras de Brecht no cinema
A relação do dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956) com o cinema vai além das inúmeras adaptações que foram feitas de sua Ópera dos Três Vinténs desde quando Pabst dirigiu sua primeira versão, em 1931, e da influência que exerceu sobre cineastas como Rainer Werner Fassbinder e o dinamarquês Lars von Trier.
Para quem ainda desconhece como essa relação começou, a Versátil Home Vídeo colocou no mercado uma caixa com os primeiros trabalhos de Brecht no cinema, desde sua estreia, em 1923, dirigindo o ator Karl Valentin em Os Mistérios de Uma Barbearia (1923), ao clássico dirigido pelo alemão Fritz Lang no exílio americano, Os Carrascos Também Morrem (1943).
A caixa de Brecht traz ainda um premiado documentário com imagens raras e entrevistas do dramaturgo. Dirigido por Joachim Lang há quatro anos, A Vida de Bertolt Brecht é uma introdução valiosa ao pensamento de um homem que representou para teatro o que Einstein foi para ciência e Chaplin para o cinema.
Aliás, é a figura do criador de Carlitos que inspirou Brecht a filmar Os Mistérios de Uma Barbearia com o comediante Karl Valentin, que considerava a versão alemã de Chaplin. Valentin, como Brecht, era politizado. Comandava um cabaré político quando os dois se conheceram em Munique por volta de 1920. A identificação foi mútua e imediata. Anos mais tarde, ele lembraria de Valentin como uma influência tão grande em sua vida como a de Wedekind e Büchner.
Aliás, é a figura do criador de Carlitos que inspirou Brecht a filmar Os Mistérios de Uma Barbearia com o comediante Karl Valentin, que considerava a versão alemã de Chaplin. Valentin, como Brecht, era politizado. Comandava um cabaré político quando os dois se conheceram em Munique por volta de 1920. A identificação foi mútua e imediata. Anos mais tarde, ele lembraria de Valentin como uma influência tão grande em sua vida como a de Wedekind e Büchner.
Nota escrita de As obras de Brecht no cinema de Antônio Gonçalves Filho, no Caderno Viver do jornal Tribuna do Norte.
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