Karatê Kid, de Harald Zwart

Por Pedro Fernandes


Gosto daqueles filmes que, a princípio não aposto muita coisa e entro no cinema totalmente desacreditado de ser "o filme" e depois, com o andar da trama, a opinião minha se reverte a ponto de dizer, no fim de tudo, que valeu a pena. Isso, devo dizer, não se repete com frequência. São raros os momentos. A surpresa desse ano me foi, então, Karatê Kid. A releitura do filme de 1984 não deve ser totalmente preso a ideia de releitura; pela curta memória minha, vejo na versão atual uma leva de fatores que fazem desse o filme um filme com identidade própria em relação a primeira versão.

Um dos fatores é, sem dúvida a atuação de Jaden Smith, filho do astro Will Smith. Pode ser que Jaden não tenha o talento do pai - e seria até absurdo fazer uma relação desse tipo - mas o fato é que Jaden incorpora e bem a sua personagem, a ponto de imprimir no rosto de alguns desavisados alguma lágrima furtiva.

Outro fator será a trilha sonora. Eles conseguem dá um tom outro a comercial Lady Gaga e Bieber, imprimindo uma marca juvenil ao filme.

A incongruência vai está no título do filme, que preza o karatê quando na verdade o tom é o kunk fu, mas a inserção de um estadunidense da gema (Dre Parker - a personagem de Jaden - é de Detroit) se vendo entre o universo oriental talvez seja a congruência - em colocar frente a frente duas culturas opostas, mas que não prevalece nenhuma.

A trama de Karatê Kid é, antes a história de uma superação: Dre Parker tem 12 anos e devido a carreira de sua mãe acaba indo morar na China; estando só num mundo que é outro, a abertura de Dre se dá logo para o feminino, e ele se apaixona pela sua colega de classe Mei Yin. A amizade dois será o suficiente para a inimizade com os outros colegas que o fazem de gato e sapato na escola em que estuda. Será o misterioso e recatado zelador do seu prédio, Mr. Han, que é secretamente foi um mestre do kung fu quem irá acompanhá-lo nesse trajeto de recuperação de Dre.

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