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Mostrando postagens de outubro, 2010

Mark Twain

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O homem Por Raquel Quílez Foi Samuel Langhorne Clmens até aos 28 anos, quando se entregou plenamente à escrita. Mark Twain foi o pseudônimo escolhido como uma forma de assinalar dois instantes distintos de uma vida igualmente intensa em cada um deles, mas vividos sempre com certa dose de ironia. “Em 20 anos estarás mais decepcionado pelo que não fizestes do que pelo o que fizestes”, disse. E aplicou com rigor essa premissa. Cumpre-se agora (em 2010) 100 anos da morte do genial escritor que nasceu em 30 de novembro de 1835, na Flórida, para onde seus pais haviam migrado para estar próximo do tio John, um próspero comerciante dono de uma fazenda e uns 20 escravos negros. Também seu pai se dedicou à terra, atividade muito lucrativa num país em plena efervescência expansionista. Eram os anos das grandes plantações de algodão, dos desgarradores cantos de lamento... E tudo acabou plasmado em suas obras. Aos quatro anos, sua família se mudou para Hannibal, povoado rib

Outras trilhas para o Dom Quixote

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Depois de anunciar recentemente uma parceria com a plataforma do Youtube para a leitura na íntegra do romance de Miguel de Cervantes, a novidade agora é que a primeira edição das aventuras do engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha está disponível na rede em formato interativo. A ideia é da Biblioteca Nacional da Espanha. O projeto apresenta na web uma versão digitalizada dos exemplares de 1605 e de 1615, que a instituição conserva em seu acervo. O projeto, que foi denominado de Quixote interativo, permite uma nova aproximação a obra de Miguel de Cervantes, considerada uma dos maiores romances publicados em língua espanhola. Além da possibilidade de folhear as páginas digitais do livro ambientadas com música de fundo, a plataforma oferece também uma série de conteúdos que ajudam a contextualizar a leitura. Entre os complementos que contém o site está um mapa com as aventuras do Quixote e uma galeria com ilustrações dos personagens da obra, assim como de alguns de seus

Do Encontro de Escritores Potiguares me saem algumas notas

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Por Pedro Fernandes imagem do Blog Cenas urbanas , do escritor e compositor Tony Belloto 1 Olhei e reolhei o texto da Maria Betânia Monteiro que notifica a programação da terceira edição do Encontro de Escritores Potiguares. Pelo que eu andei vendo das duas primeiras edições, o evento de 2010 parece que vem mais fortalecido e já com cara de se firmar como para-além de um encontro, mas um movimento que vise fomentar consciências pró-literatura potiguar. 2 Recentemente, fazendo divulgação dos meus movimentos literários pró-Saramago, recebo em minha caixa de e-mails uma nota do jornalista Franklin Jorge me pedindo que, enquanto acadêmico, desse mais atenção a Literatura Potiguar. A este e-mail respondi com as pequenas atividades acadêmicas que tenho promovido em prol da literatura do estado. Estudo o Saramago - dizia eu - mas sou também um leitor da nossa literatura, prova é que propus junto a esse evento em Assu (referindo-me ao I SIMLEVA, que acontece em dezembro

I Simpósio de Letras do Vale do Açu (SIMLEVA)

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Detalhe do livro de Marize Castro, Esperado ouro O Departamento de Letras do Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, em parceria com o Grupo de Pesquisa Práticas Discursivas, Linguagens e Ensino (PRADILE), realizará, no período de 15 a 17 de dezembro de 2010, em Açu/RN, o I Simpósio de Letras do Vale do Açu (I SIMLEVA). Por ocasião desse evento ofertarei juntamente com a Professora Dra. Maria Edileuza da Costa um Grupo de trabalho, cuja ementa segue logo abaixo. Será também nesse evento que ministrarei, pela primeira vez, um minicurso sobre José Saramago, sobre o qual falarei noutra ocasião. O Grupo de Trabalho traduz-se mais um ramo de meu interesse de pesquisa. Intitulado Pensar a Literatura potiguar - linhas, trajetos, sentidos e diálogos , este grupo de trabalho é fruto - além de minhas inquietações em olhar a literatura do Rio Grande do Norte, já patentes desde minha graduação em Letras com artigos publicados em j

Biblioteca Digital de Fernando Pessoa online

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Em resultado de um trabalho coletivo que envolveu a Casa Fernando Pessoa, o Centro de Linguística da Universidade de Lisboa e que contou com o apoio da Fundação Vodafone, o trabalho de catalogação e digitalização da Biblioteca particular de Fernando Pessoa está desde ontem disponível online. A coordenação de todo o projeto esteve a cargo de Jerónimo Pizarro, especialista na obra de Pessoa, que na cerimônia de apresentação da Biblioteca recebeu das mãos de António Costa, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a medalha de mérito municipal. Terminado o trabalho de digitalização de todo o material, que até agora estava em parte disponível para consulta na Casa Fernando Pessoa, mantém-se o objetivo de restaurar todos os documentos, procurando esta entidade apoios técnicos e financeiros para realizar este projeto. Em nota publicada na página da Casa Fernando Pessoa, Jerónimo Pizarro assume os objetivos que presidiram a esta iniciativa: "Dar visibilidade virtual à bibliotec

Teolinda Gersão

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  A escrita é um jogo de sedução. ― Teolinda Gersão, Entrevista a Caras   Não somos nada, poeira no vento, silhuetas minúsculas, na imensidão da paisagem. ― Teolinda Gersão, A árvore das palavras   Teolinda Gersão. Foto: Sonja Valetina Os leitores mais atentos às literaturas de língua portuguesa não podem deixar de colocar na lista de importâncias o nome de Teolinda Gersão. Ao lado de outras importantes ficcionistas, ela é autora de uma obra singular e já reconhecida por alguns dos mais importantes meios literários dentro e fora do seu país.   Com a profissão de escritora, exerceu durante variado tempo o ofício de professora na Faculdade de Letras de Lisboa e da Universidade de Lisboa. Neste período esteve como pesquisadora e escritora residente em outros lugares, estadias que lhe favoreceu a diversificação dos interesses e das paisagens na sua literatura, que se integra claramente num cosmopolitismo recorrente entre os chamados escritores novíssimos.   Dos lugares onde viveu e que d

Salò ou os 120 dias de Sodoma, de Pier Paolo Pasolini

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Por Pedro Fernandes Pier Paolo Pasolini é apontado com um dos mais fecundos intelectuais italianos do século XX. Poeta, ficcionista, ensaísta, crítico literário, teatrólogo, linguista, argumentista, roteirista, cineasta, teórico de cinema, interessou-se ainda pelas artes plásticas, escreveu inúmeros artigos em jornais e revistas e manteve uma intensa correspondência com amigos e leitores. Quer dizer, um universo rico e impossível de ser alcançado porque sempre em expansão a partir das leituras que sobre ele se fizeram desde então.  Salò ou os 120 dias de Sodoma é seu último trabalho para o cinema. O filme é também uma das obras mais perturbadoras da história do cinema: pelo seu conteúdo - a primeira coisa que logo chamará atenção do telespectador, evidentemente - mas, também pela leitura terrível que o cineasta faz acerca do modelo social que se estabelece com a estabilização do modelo burguês capitalista no centro de mando e de poder.   Da primeira camada, essa que é sufic

Budapeste, de Chico Buarque

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Por Pedro Fernandes Em se tratando da dissolução dos sujeitos e das identidades na contemporaneidade, todos os romances de Chico Buarque anteriores a Leite derramado (neste a presença é menos significativa, mas não menos operante) apontam nessa direção; cite-se Budapeste em que o protagonista José Costa na volta de um congresso de escritores anônimos é, devido a um pouso inesperado, preso por um dia numa cidade de língua incompreensível, configurando-se, desde então, sujeito em trânsito, escorregadio, “em-busca-de/ encontrar-se com”. Budapeste com sua amarelidão acaba por se constituir ponto de fuga daquela sua incômoda realidade: basta relembrar que a personagem em questão é um ghost-writer  que  vive um casamento entediante e Vanda, sua mulher, diferentemente dele, que o sucesso é o brilho do outro, é uma jornalista reconhecidamente de alto prestígio. No fugir de sua rotina anônima e no encantamento que a personagem vai nutrindo pela cidade desconhecida, podemos inferir, um

A 18, encontro com José Saramago (IV)

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Sabido é que todo o efeito tem sua causa, e esta é uma universal verdade, porém, não é possível evitar alguns erros de juízo, ou de simples identificação, pois acontece considerarmos que este efeito provém daquela causa, quando afinal ela foi outra, muito fora do alcance do entendimento que temos da ciência que julgávamos ter. [...] E nem adianta acrescentar que a qualquer um sobejam razões para se julgar causa dos efeitos todos, estes de que viemos falando e mais os que são nossa parte exclusiva para o funcionamento do mundo, o que eu muito gostaria de saber é como ele será quando não houver homens e os efeitos que só eles causam, o melhor é nem pensar em tal imensidão, que faz tonturas, ora, bastará que sobrevivam uns animaizitos, uns insectos, e mundo haverá, o da formiga, o da cigarra, não afastarão cortinas, não se olharão num espelho, e isso que tem, afinal a única grande verdade é o que o mundo não pode ser morto. [José Saramago, A jangada de pedra , p.13]  A 18, en

Sobre II Festival Literário da Pipa

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Por Pedro Fernandes O moçambicano Mia Couto que será a grande atração do II Festival Literário da Pipa 1.  Determinadas ações quando se repetem vem com a natureza de que foi uma ideia que deu certo. E determinadas ações em prol da Literatura, espaço esquecido pelos do poder político que sonegam o olhar devido e merecido, quando se repetem é muito bom; acabam por compor signo de resistência a bailar frente ao poder cerceador de que  a literatura é uma manifestação artística autônoma. 2.  É esse o sentimento que me chega ao abrir o jornal Tribuna do Norte e saber que o escritor e produtor cultural Dácio Galvão, através da Fundação Hélio Galvão e do projeto Nação Potiguar, vai novamente reunir importantes nomes da literatura — de abrangência local à internacional — para juntos fazerem a segunda edição do Festival Literário de Pipa-FliPipa. 3.  O evento já tem data e tudo: será entre os dias 18 e 20 de novembro, no trecho praiano mais agitado turisticamente e culturalmente

Mídia e eleição

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Não é de hoje que a mídia brasileira tem estado em posição A ou B durante o período eleitoral. Antes, é verdade, a coisa corria mais sorrateira. Ou não. Talvez a sociedade brasileira ainda não estivesse em alerta para as decisões que eram tomadas na cúpula do poder. Hoje, me parece que a coisa não mudou muito, é verdade: ainda damos crédito a tudo que ela noticia e não vemos que o fato jornalístico é em si caleidoscópico. Isto é, passa-se pela mão de um grupo dotado de uma corrente ideológica, cujo interesse será sempre o de falar em nome de si próprio, fazendo do fato elemento de muitas faces, todas elas aplicáveis. De modo que, hoje e sempre, a mídia tem se posicionado muito claramente no lugar de si própria. O lado, infelizmente, de interesses escusos. E tudo me lembra muito ao cenário costurado no auge da Ditadura, em que a mídia, estando ao lado dos do eixo do mal por causa de seus próprios interesses esteve colocando a mercê toda a sociedade brasileira. Há que se diz

Estorvo, de Chico Buarque

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Por Pedro Fernandes Estorvo é a história do sujeito em estado de sonho, de pavor de si. Tudo começa quando uma personagem, já não identificada, mira alguém por através do olho mágico e logo em seguida põe-se em disparada numa viagem de muitos retornos - não necessariamente eternos, nem de filho pródigo. Não tarda o itinerário da própria trama para que descubra-se que ele, membro de uma família da elite carioca, está envolvido, o porquê disso também não sabemos, com o tráfico de drogas. Com esse romance Chico apresenta-se como romancista, até então só compunha, cantava e escrevera, sim, peças para teatro e um livro infantil. Inaugura também aquilo que deverá se tornar rota, para não dizer estilo, de sua escrita: uma escrita de, senão forte apelo, mas de veio social muito vivo. O trânsito dessa personagem de Estorvo - que, ora está no seu berço de origem ora está no mundo à parte do seu - apresenta-nos que as fronteiras de classe no Brasil é divisada por linha muito frági

Karatê Kid, de Harald Zwart

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Por Pedro Fernandes Gosto daqueles filmes que, a princípio não aposto muita coisa e entro no cinema totalmente desacreditado de ser "o filme" e depois, com o andar da trama, a opinião minha se reverte a ponto de dizer, no fim de tudo, que valeu a pena. Isso, devo dizer, não se repete com frequência. São raros os momentos. A surpresa desse ano me foi, então, Karatê Kid . A releitura do filme de 1984 não deve ser totalmente preso a ideia de releitura; pela curta memória minha, vejo na versão atual uma leva de fatores que fazem desse o filme um filme com identidade própria em relação a primeira versão. Um dos fatores é, sem dúvida a atuação de Jaden Smith, filho do astro Will Smith. Pode ser que Jaden não tenha o talento do pai - e seria até absurdo fazer uma relação desse tipo - mas o fato é que Jaden incorpora e bem a sua personagem, a ponto de imprimir no rosto de alguns desavisados alguma lágrima furtiva. Outro fator será a trilha sonora. Eles conseguem dá um

Clarice Lispector: entrevistas, de Claire Williams

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Por Pedro Fernandes Já disse outra vez por aqui que Clarice Lispector é hoje, juntamente como outros pouquíssimos nomes da literatura brasileira, tais como Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, João Guimarães Rosa, uma das escritoras mais estudadas e mesmo bem-quista. Reafirmo. É sim, sem dúvida. As provas estão nas abordagens das mais diversas em torno de sua obra, para todos os gostos, inclusive os duvidosos, como esses que agora fazem de espalhar pela internet frases atribuídas à escritora, um mal da popularidade.   No mercado editorial circula também uma leva de publicações que começam as nos revelar outras Clarices. Isto é, a que se dedicou a outras expressões da escrita.  Clarice Lispector: entrevistas  é um desses novos trabalhos com interesse de oferecer aos leitores (conhecidos ou não) partes para uma imagem mais ampla e coerente da escritora e do seu ofício com a palavra.   Produzido pela editora Rocco, casa que até então publica a obra da autora de A paixão se

Gonçalo M. Tavares

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“A literatura pode ter a função de diminuir a ingenuidade e eu tento aumentar a lucidez das pessoas.” (Gonçalo M. Tavares) A literatura de Gonçalo M. Tavares é para leitores interessados abandonar sua condição de entregues à roldana do mundo e descobrir aquilo que não conseguimos alcançar pelo olho comum, porque padecemos, muito ou pouco, dos engessamentos propostos, clara ou sutilmente, pelas ideologias de domínio. Sua escrita também é abandono, deambulação, procura por entre as trivialidades do mundo e da história do sopro capaz de produzir as desestabilizações necessárias à constituição dos sentidos de ser e estar no mundo e na história. Tudo isso significa dizer que, o escritor se preocupa em interrogar não apenas a realidade e seus contornos, como o elemento que enforma: a linguagem. Em diferentes registros, em diferentes fronteiras, em diferentes formas, sua obra elege a certeza da impossibilidade do total como ponto de interesse. Assim se observa, por exemplo, os vár

Mario Vargas Llosa, o Prêmio Nobel de Literatura de 2010

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O Prêmio Nobel Faltavam alguns segundos para uma hora da tarde (hora local) quando Peter Englund, secretário da Academia sueca, abriu a famosa porta branca onde está a sede acadêmica do Prêmio Nobel e pronunciou o nome do escritor peruano Mario Vargas Llosa como novo galardoado com o prêmio mais prestigiado das letras universais. Como sempre, as razões da Academia cabem em duas linhas: “Por sua cartografia das estruturas do poder e suas imagens mordazes da resistência individual, a revolta e a derrota”. No momento do anúncio, o escritor estava em Nova York, onde ministrava um curso sobre Jorge Luis Borges na Universidade de Princeton. Também é sabido que os leitores em língua espanhola breve receberão seu novo romance O sonho celta (escrito antes do prêmio, portanto, ainda sem julgamentos se escritor melhorou, permaneceu ou piorou sua literatura depois de ganhar a maior honraria das letras). O romance é sobre uma personagem histórica, Roger Casement (1864-1916) que quest

Por que Literatura?

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Pedro Fernandes, o mantenedor desse blog que ministra fala Por que Literatura numa mesa-redonda dia 07 de outubro no I CNELL/VII SELLP. Foto de Netanias Mateus. Arquivo VII CMELP Este é o título da fala que ministro amanhã, 07 de outubro, na abertura de uma mesa redonda para o I Colóquio Nacional de Estudos Linguísticos e Literários. A mesa é a que discutirá sobre o tema Literatura e Ensino. O meu interesse pelo tema surge ainda na graduação quando estive, por vários momentos, colocado contra a parede para dar uma resposta acerca da contribuição prática para o então projeto de conclusão do curso escrito para leitura (análise) literária e vem ganhando contornos em vários outros momentos acadêmicos. Cito, dentre eles, o curso Literatura e ensino feito no decorrer do mestrado e o desdobramento de vários textos a respeito escritos para jornais. Por ocasião do VII Colóquio Nacional de Professores de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e de Literatura, realizado em agosto d

Waslala: memorial del futuro, de Gioconda Belli

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Por Cecil Jeanine Albert Zinani¹ A obra tem como cenário a mesma Fáguas², projetada em um tempo futuro. A ação acontece em meados do século XXI, e a situação do país apresenta uma considerável deterioração. O mundo está dividido em dois grandes blocos: os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos. Os países subdesenvolvidos, como Fáguas, têm como função precípua fornecer oxigênio - o que deveria demandar um cuidado especial na preservação do meio ambiente - e receber lixo produzido pelos países desenvolvidos - o que implica deterioração do meio ambiente. Em Fáguas, a guerra é endêmica, e as pessoas nem sabem mais por que lutam. Nesse cenário, proliferam contrabandistas, traficantes de armas tornadas obsoletas no primeiro mundo, que estimulam as disputas entre facções rivais e traficantes de drogas, já que no país há grandes plantações de "filina", produto híbrido de marijuana e cocaína, propriedade dos irmãos Espada, tiranos locais. As fronteiras do país se desvan