Tarcísio Gurgel

Por Pedro Fernandes



A primeira vez que ouvi falar sobre Tarcísio Gurgel foi no curso de Literatura Potiguar ministrado pelo poeta e professor Leontino Filho. Na época, o escritor (que também é professor) havia acabado de lançar o que chamo de sua obra-mestra sobre uma linha para os estudos da literatura do Rio Grande do Norte. Já circulava entre nós várias tentativas, mas compreendo que esta seja a mais completa; e ainda tem uma razão boa: parece que Gurgel terá se inspirado no mesmo gesto de trabalho e escrita praticado por Antonio Candido na reconstrução de uma história do nosso sistema literário.

Depois, tive o prazer de assisti-lo numa conferência na Universidade Federal do Rio Grande do Norte; conferência em que, dentre outros assuntos em Literatura Potiguar, tratava também da gênese de Informações da Literatura Potiguar, a obra em questão. De modesto título, mas de grande valia para interessados em conhecer nosso patrimônio cultural literário.

De Tarcísio pude ler também seu primeiro livro, misto de conto e romance, Os de Macatuba (1975). Mas, sei que, além dessas duas faces sua, a de professor pesquisador/ensaísta e a de contista, há outras, a teatrólogo (Chuva de bala no país de Mossoró, texto base encenado nos festejos juninos na cidade a que o título faz referência), a de poeta (esta que, segundo o escritor em conversa com o jornal O Mossoroense, em 2001, abandonou tem algum tempo).

“Tarcísio Gurgel é um escritor de duas cabeças”, assim se autodefine explicando o fato de haver produzido literatura exclusivamente em Natal, mas inspirado no universo mítico de Mossoró, onde nasceu e participou de movimentos importantes, como o Teatro de Estudantes Amadores (Team). Além dos já citados livros de sua obra, coloco na lista outros títulos que espero ler no tempo devido: O Eterno Paraíso (1978), Pai, filhos, espírito da coisa (1988) e Conto por conto (1998).

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