Encontrar Maria Valéria Rezende

Por Pedro Fernandes




O meu encontro com a escritora se deu por ocasião de uma conferência de encerramento para o III Encontro Nacional sobre Literatura Infanto-juvenil e Ensino (ENLIJE), realizado de 02 a 04 de junho de 2010, na Universidade Federal de Campina Grande. É a segunda vez que vou ao evento. Este, teve um caráter mais plural porque vem retomar minhas aproximações para com a literatura saramaguiana, posta na estante, desde que, fui para a leitura da obra de Chico Buarque e de outros escritores. Sobre tais obras de Chico e de outros escritores postarei comentários por aqui mais adiante. 

Maria Valéria Rezende só veio justificar aquele conceito que eu já elaborei para palestras com escritores: são as melhores e mais lúcidas falas acerca de literatura que um estudante da área pode ouvir. Pensando no tema formação do escritor, a escritora deixou claro três coisas: há, pelo menos no caso dela, uma certa inclinação do sujeito para a escrita já desde a sua infância. Inclinação que se estabelece mais ainda quando a criança é do seio de uma família que tem na escrita seu pé. Segundo, há que ser leitor e ler muito, seja outros livros, seja o mundo em que vive. E, terceiro, há que ser vivente das leituras. Aquilo que os livros nos transmitem tem/devem ter ligações, muitas vezes, até correspondentes, com aquilo que experienciamos. 

Atualmente Maria Valéria Rezende passa a ser um dos nomes comentados no rol da crítica literária pelo fato de seu livro No risco do caracol publicado pela editora Autêntica ter recebido o segundo lugar do Prêmio Jabuti, considerado, se não um dos mais conceituados, um dos badalados da Literatura Brasileira. Maria Valéria, embora resida em João Pessoa há muitos anos, é paulista de Santos. Foi educadora popular a vida inteira - segundo ela por uma espécie mesmo de pirraça quando descobre que o propósito da sua família para com sua profissão residia no interesse de fazê-la escritora.

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