Vieira, vida, engenho e arte
Por Pedro Fernandes O céu estrela o azul e tem grandeza. Este, que teve fama e a glória tem, Imperador da língua portuguesa, Foi-nos um céu também. Fernando Pessoa Os versos de Fernando Pessoa que epigrafam este texto já trazem em si as dimensões inabarcáveis dessa personagem magnânima, que ano passado completou exatos 400 anos de seu nascimento. Português de nacionalidade, jesuíta, Vieira foi maleável aos espaços por onde esteve, foi a personagem que a circunstância o exigia ser: professor de tupi e de retórica, missionário, diplomata, serviçal do rei, teólogo e, inclusive, padre. Viveu em terras brasileiras por exatos 42 anos, até quando da sua morte no Colégio dos Jesuítas, em Salvador, em 18 de dezembro de 1697, aos 89 anos. Sua vida é uma grande epopeia. A começar pelo tempo de vida, numa época em que viver tudo isso era sinônimo de eternidade. Personagem intrigante pela não menos intrigante rede de influências em que esteve metido, a ponto de ser condenado pe