Os Imperdoáveis, de Clint Eastwood
Reflexão madura e desencantada do universo dos velhos westerns na visão de um de seus protagonistas Os Imperdoáveis é um western sobre o fim dos westerns . Talvez na última obra-prima do gênero eternizado por John Ford, Howard Hawks e Sergio Leone, Clint Eastwood maquinou, ao mesmo tempo, uma homenagem aos seus mestres (há dedicatórias a Leone e a Don Diegel), um crepúsculo do estilo e uma revisão dos aspectos morais do bom e velho bangue-bangue, da figura do cowboy e do seu universo. Eastwood revisita também a própria carreira, que começou a se destacar na trilogia spaghetti de Leone e se solidificou com a série Dirty Harry . Nela, ele geralmente vive um homem solitário, amargo, bêbado e violento a ponto de não perdoar ninguém. William Munny (interpretado pelo próprio Clint) teve um passado assim. Até que conheceu sua futura esposa, teve filhos e se tornou humilde criador de porcos. Agora viúvo, ele dedica-se a cuidar das crianças e a administrar sem muito sucesso