Crimes e Pecados, de Woody Allen
O cineasta consegue tocar em assuntos fortes, passando longe do humor, mas sem perder a levez de suas grandes comédias Fanático por Ingmar Bergman, Woody Allen sempre sonhou em fazer dramas profundos na linha do cineasta sueco. A primeira tentativa, não muito convincente, foi com Interiores (1978), em que deixava de lado a ironia predominantemente em seus trabalhos anteriores. No final da década de 1980, o diretor voltou a se arriscar em territórios bergmanianos e os resultados foram os fracos Setembro (1987) e A Outra (1988). Mas com Crimes e Pecados ele acertou no tom: a mistura de drama e humor, em histórias alternadas. De um lado, o correto oftalmologista Judah Rosenthal (Martin Landau) se vê na obrigação de pedir ao próprio irmão que mate sua amante de longa data, Dolores (Anjelica Huston). De outro, Cliff Stern (Allen), um cineasta fracassado obrigado a dirigir um documentário sobre seu cunhado famoso e egocêntrico, Lester (Alan Alda), apaixona-se por uma produtora (Mi