Esperado ouro, de Marize Castro
Por Pedro Fernandes Escrever me faz suportar todo incêndio - toda quimera (Marize Castro) Tenho revisitado Marize Castro. Desde alguns dos seus primeiros livros, como Marrons crepons marfins (1984 e título com o qual ganhou o Prêmio de Poesia da Fundação José Augusto) e Poço. Festim. Mosaico (de 1996, Prêmio Othoniel Menezes) ao seu último lançamento, Lábios-espelhos (2009). Quero, entretanto, tecer uma breve nota sobre Esperado ouro (2005). Como uma nota, é breve; é mais para deixar escrito aqui alguns poemas que grifei na sua obra para uma leitura mais acurada do leitor. Pareceu-me que Esperado ouro é um metalivro, porque é preenchido de uma poesia que é fala de si, ou uma escrita dobrada sobre si própria. Refletida pele-a-pele a palavra e suas dobras. Pele, dobras e carne. A mesma carne feminina, pulsante de desejo, instintivamente fêmea, ativa pelo cio divino: "Hoje descobri que quando estou dormindo/ Deus segura minha mão e a leva pa