Camilo Castelo Branco, o exagero sentimentalista

Por Pedro Fernandes Quando li, ainda na faculdade, talvez o livro mais conhecido de Camilo Castelo Branco, Amor de perdição , pude levantar o epígono que utilizo no título desta postagem. Trata-se de uma novela em que – e isso sempre me perguntei –, dentre tantas e tantas possibilidades que se apresentam aos amantes Teresa e Simão, corre pelo trilho do drama trágico. Pudera: são “boas” personagens do chamado ultra-romantismo, logo, tornam seu destino submetido à cadência de fatos mais nebulosa a fim de constituírem sua história de amor. Os protagonistas dessa novela representam o sentimento de uma sociedade que não mais cria nos veios do destino como trajetórias da vida. Isso é marco para a segunda fase do Romantismo; a fase que a crítica classifica como ultra-romântica, dado o exagero amoroso constituir-se recorrência nos dilemas romanescos. Espírito de uma época e não apenas invenção literária, em alguns casos o sofrer de amor (e o desfecho trágico) ultrapassava as página...