Dez curiosidades sobre o gênio Heitor Villa-Lobos

Por Pedro Fernandes



O Brasil assinala hoje a passagem dos cinquenta anos sobre a morte de Heitor Villa-Lobos, um dos nossos gênios da música clássica. Ele foi o primeiro a conseguir compor ou dar um tom genuinamente brasileiro à música erudita, sempre fechada aos estrangeiros, sobretudo, europeus. E, levei um tempo para conhecer um pouco sobre sua obra; a ocasião onde tudo começou foi um concerto que vi tem uns dois anos de algumas peças suas executadas com flauta.

O que fez Villa-Lobos se distanciar da forma oferecida pelos compositores europeus, foi o mesmo exercício que levou os europeus à composição de peças já então clássicas; e nosso compositor demonstrou, desde cedo, a necessidade de buscar naquilo que mais nos definia enquanto identidade brasileira: os ritmos africanos e indígenas.

Já década de 1920, quando têm apenas 33 anos, é senhor de seus próprios recursos artísticos, revelados em obras como "A prole do bebê", composto para piano, ou "Noneto". É evidente que essa fuga do trivial faz com a obra de Villa-Lobos tenha sido vista com maus olhos pela crítica dita especializada, sobretudo no Brasil, fazendo dele desde já,  um expoente incompreendido.

Como está uma moda de fazer listinhas, eu tomei a liberdade de preparar, depois de muita pesquisa na biblioteca da faculdade, uma com dez curiosidades sobre o mestre. Que tal?

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1. O dia 5 de março é oficialmente o Dia Nacional da Música Clássica desde o início desse ano, por decreto do Presidente da República. A data foi escolhida por ser o dia de nascimento de Heitor Villa-Lobos.

2. E quem disse que gênio não vem de berço? Heitor Villa-Lobos tinha só 6 anos quando começou estudar violoncelo em uma viola adaptada por seu pai, claro, depois de perceber o dote do menino para a música.

3. Num curto tempo de estudo (e com dedicação quase autodidata) veio sua primeira composição: aos 13 anos de idade. O título da peça? "Panqueca". Pena que a partitura se perdeu.

4. Mas, se o pai ajudou lá no início, quem disse que não haveria empecilhos para o estudo de música? A mãe, preocupada com futuro do filho (músico nunca foi uma profissão que desse dinheiro, deveria pensar), proibiu-lhe de estudar música. Ela o queria médico.

5. Proibido não apenas de estudar, mas de se relacionar com tudo que tivesse música, até mesmo as rodas de choro, suas preferidas, foram proibidas. E o que fez, então? Estudava violão às escondidas.

6. Em 1915, assim, às escondidas, realizou, pela primeira vez, um concerto com peças próprias. E em 1922 participou na Semana de Arte Moderna de São Paulo. Como todos naquele evento, foi vaiado pela plateia. A música era estranha demais aos ouvidos do público, como era estranho sua vestimenta: Heitor estava de casaca e chinelos. 

7. Uma doença venérea o impossibilitou de ter filhos. E a crítica especulativa, aquela que costuma estabelecer relações entre o autor e a obra, diz que esse é um dos motivos que o levaram a compor tanto para crianças.

8. Verdade ou não, seu passatempo privilegiado era empinar pipas.

9. Suas composições ultrapassaram as fronteiras brasileiras, conquistando admiradores internacionais, fato nunca antes acontecido. Apesar de suas obras terem aspectos da escrita europeia, fundia em seus trabalhos a musicalidade nacional, utilizando sons da mata, indígenas, africanos, cantigas, choros e sambas.

10. Era torcedor do Vasco da Gama.

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Onde encontrar mais informações sobre Heitor Villa-Lobos

Há muitos espaços na web dedicados à obra do compositor, mas a página do museu que leva seu nome, além de ser a mais confiável, parece ser a mais completa.

Comentários

Anônimo disse…
O único defeito de Villa-Lobos era ser vascaíno! Se ele fosse flamenguista ficaria perfeito!
Ele declarou não gostar de futebol e que era simpático ao America. Comentário que foi inclusive reproduzido no filme.

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