Das misérias humanas
Por Pedro Fernandes Jan Havickszoon Steen Quero relatar dois episódios que não sei onde os colocaria na estante dos acontecimentos que frequentemente nos assaltam. Mas, creio que ficaria bem no setor daqueles casos em que por baixo se escreve Das misérias humanas . Também não consigo agora descrever misto de sentimentos que me invadiu no momento das duas ocorrências - se pena, se tristeza, se impotência... se... O primeiro fato se deu numa saída de um sebo, certo dia - dia daqueles escolhidos para peregrinação em sebos. Pedi a uma vendedora de rua, um copo de água, que ainda, apesar dos altos e baixos da economia, se é vendido a cinquenta centavos. Revirei minha mochila e catei os centavos que tinha. Quarenta e cinco no total. Não tomei cara emprestada e joguei com a vendedora, pensando na facilidade da venda: - Aceita os quarenta e cinco centavos ou quer tirar de dez? Ela devolveu-me as moedas: - É melhor tirar de dez. É... E dizem por aí os economistas que o dinheiro anda curto.