DO EDITOR Olá, leitores! Este foi o primeiro ano desde quando iniciamos nossas apostas em vocês para a manutenção do domínio e hospedagem online do Letras que conseguimos custear essas despesas sem a realização de sorteios pagos e apenas com o que levantamos de receita nas vendas através do nosso link na Amazon. O registro da informação é para acrescentar duas coisinhas: a primeira delas é agradecer a cada um que alguma vez considerou nos ajudar ao realizar sua compra utilizando o nosso link. E a segunda é se for aproveitar ainda qualquer oferta nessa semana de Black Friday, pense em nós. O nosso link é este . Em nossa conta no Twitter organizamos um fio com dicas de ofertas em livros — passem por lá. Uma curtida, uma partilha ou quem sabe ainda encontra o presente para você e seus amigos neste final de ano, enfim, todo gesto, pequeno que seja, é ajuda ao nosso trabalho. Ariano Suassuna. Foto: Leonardo Colosso LANÇAMENTOS A poesia completa de Ariano Suassuna aparece em l
Por Pedro Fernandes Antonio Cicero, um dos nomes mais proeminentes da poesia brasileira do século XX, dedicou-se a várias frentes da escrita, além do gênero no qual se destacou; foi letrista e ensaísta. Dessas várias faces, ficou mais conhecido pelas suas letras que tomaram forma e ritmo na voz de alguns dos mais expressivos intérpretes da nossa rica cena musical; produção que se deu desde jovem, mas só se torna popular por sua irmã, a cantora, compositora e também escritora Marina Lima. A formação de Antonio Cicero é na área da filosofia, curso iniciado na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) depois de cumprir o ensino médio em Washington, nos Estados Unidos, onde morou quando o pai, o economista Ewaldo Correia, foi nomeado para um cargo no recém-fundado Banco Interamericano de Desenvolvimento e a família precisou deixar o Brasil. O curso superior só foi concluído na Universidade de Londres. Como muitos de sua geração, Cicero também se viu obrigado a deixar o Brasil
Gerald Murnane. Foto: Aaron Francis LANÇAMENTOS A estreia brasileira de um dos nomes de destaque na literatura australiana recente: Gerald Murnane . Publicado pela primeira vez em 1982, As planícies apresenta uma meditação sobre território, memória, amor e cultura, a partir da busca existencial de um jovem cineasta nas planícies do interior da Austrália. O livro é publicado pela editora Todavia; tradução de Caetano W. Galindo. Você pode comprar o livro aqui . Primeira e mais ampla antologia brasileira com a poesia de Hans Magnus Enzensberger . Nascido no Período Entreguerras, Hans Magnus Enzensberger cresceu na Alemanha nazista e refletiu, em poemas e ensaios, sobre a experiência histórica de viver no mundo conturbado que se desdobrou desde então. Destinatário desconhecido: uma antologia poética (1957-2023) reúne noventa de seus mais importantes poemas, selecionados e traduzidos do alemão pelo poeta e professor Daniel Arelli, que também traduziu a poesia de Hannah Arendt. Os te
Mircea Cărtărescu. Foto: Leonhard Hilzensauer LANÇAMENTOS A editora Mundaréu regressa à obra de Mircea Cărtărescu e publica livro mais desafiador do escritor romeno . O nome do protagonista deste romance poderia bem ser o próprio Cărtărescu. Mas, em vez de escritor de renome internacional e multitude de prêmios, é um professor do ensino público em um bairro periférico de Bucareste. Ainda jovem, um malfadado sarau literário enterrou de vez suas pretensões literárias, restou apenas um diário para atestar o escritor que ele poderia ter sido. Trata-se, então, de autoficção de um duplo imaginário do escritor? Sua vida se resume a ir da escola para casa. Uma casa enorme, em forma de navio, construída por um cientista sobre um solenoide — um gerador de campo magnético que atrai todos os temas e obsessões literárias do escritor Cărtărescu, transformando a rotina do professor primário, para além do nonsense educacional e do terror do sistema de saúde, em um caracol de reflexões sobre perce
Por Pedro Belo Clara Afresco de uma jovem nomeada Safo. Pompeia, 55-79 d. C. Se passares por Creta 1 vem ao templo sagrado, onde mais grato é o pomar de macieiras e do altar sobe um perfume de incenso. Aqui, onde a sombra é a das rosas, no meio dos ramos escorre a água, e no rumor das folhas vem o sono. Aqui, no prado onde todas as flores da primavera abrem e os cavalos pastam, a brisa traz um aroma de mel. … Vem, Cípris 2 , a fronte cingida, e nas taças de oiro voluptuosamente entorna o claro vinho e a alegria. *** E de súbito a madrugada de sandálias de oiro. *** No ramo alto, alta no ramo mais alto, a maçã vermelha ali ficou esquecida. Esquecida? Não, em vão tentaram colhê-la. *** Vésper 3 , tu juntas tudo quanto dispersa a luminosa aurora, trazes a ovelha, trazes a cabra, só à mãe não trazes a filha. *** Desejo e ardo. *** Com os braços cheios de rosas, vinde sagradas filhas de Zeus 4 ! *** … mais doce ainda que o canto da li
Thomas Bernhard. Foto: Otto Breicha LANÇAMENTOS Coletânea apresenta novas expressões da escrita de Thomas Bernhard . “Tudo nele era revolta”: dessa maneira o poeta francês Rimbaud é definido por Thomas Bernhard no texto que abre a coletânea Na pista da verdade , escrito em 1954, quando o escritor tinha apenas 23 anos. Tais palavras tão categóricas podem muito bem se aplicar à carreira que o autor austríaco desenvolveu nas décadas seguintes. Afeito a polêmicas e controvérsias, ele escreveu uma sequência de peças de teatro que atacavam as cidades austríacas onde eram encenadas, assim como seus habitantes, muitas vezes sem poupar os próprios festivais de dramaturgia que as contratavam. Neste livro organizado por Wolfram Bayer, Raimund Fellinger e Martin Huber, podemos nos divertir com a chegada inesperada do autor à redação do jornal de Augsburgo, onde protestavam contra sua peça, quase como um happening . Mais importante que isso, podemos matizar o estilo de Bernhard através de sua
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