A um Passo da Eternidade, de Fred Zinnemann
O beijo acalorado entre Burt Lancaster e Deborah Kerr, rolando na areia da praia, é uma das cenas mais românticas da história do cinema No começo da década de 1950, os Estados Unidos já começavam a se recompor dos traumas da Segunda Guerra Mundial, mas algumas feridas ainda não estavam cicatrizadas. Entre elas, o ataque sofrido em Pearl Harbor, um assunto dolorido para os americanos e exorcizado em A um Passo da Eternidade , filme baseado no best-seller de mesmo nome de James Jones e uma das maiores bilheterias da época. A direção é de Fred Zinnemann, que já havia cutucado a caça às bruxas do senador Joseph MacCarthy em Matar ou Morrer (1952). Em seu outro grande trabalho, o cineasta de origem austríaca filmou o cotidiano de uma base militar americana no Haví, alguns dias antes do ataque japonês. Montgomery Clift vive Robert Prewitt, um soldado que acaba de ser transferido. Boxeador talentoso, Prewitt largou o esporte após um acidente e recusa-se a voltar a lutar. Acaba ho