O Martírio de Joana D'Arc, de Carl Theodor Dreyer
A atuação de Maria Falconetti, como mártir, é considerada uma das melhores do cinema O cinema do dinamarquês Carl Theodor Dreyer é um dos mais singulares, inimitável e de difícil definição em razão dos vários procedimentos que ele toma para cada filme, planejando para cada trabalho um desenho de cena, um enquadramento e uma abordagem específicos, em obras menos ou mais narrativas. Ele tinha, também, um processo criativo que desprezava as regras da produção cinematográfica, fazendo o seu próprio tempo de planejamento e preparação para um longa, uma dor de cabeça para os produtores - o que muito explica as várias interrupções em sua filmografia. Apesar de ele enxergar os artistas como iluminados, até sagrados, os atores sofriam o diabo em suas mãos, numa espécie de lavagem cerebral que os fazia assumir completamente a persona do personagem. Para a atriz Maria Falconetti, que encarna a santa guerreira de O Martírio de Joana D'Arc , esse foi um divisou de águas. Perturbada com