Machado de Assis, histórias sem data, papéis avulsos
Por Pedro Fernandes Por vaidade, a mãe impede o casamento da própria filha. O drama do maestro que não consegue compor suas próprias músicas. A igreja em que os fiéis praticam o bem às escondidas. Histórias sem data é um novelo de enredos machadianos publicado em 1884, no auge da maturidade intelectual do escritor brasileiro, dada a publicação de seu romance Memórias póstumas de Brás Cubas , de 1881, considerado a obra-prima e o divisor de águas na sua escrita. O debate em torno dos regimes políticos, dos bons e maus costumes – estes últimos, principalmente – da sociedade carioca e brasileira, acerca das fraquezas, tiques maníacos, loucuras e razões humanas; os ciúmes e a criação da célebre trama em torno de uma traição ou não – nunca se soube até hoje – em que é pintado a letra e papel a Monalisa brasileira, que semelhante à outra, a de Da Vinci que jamais se descobriu o enigma do seu sorriso, jamais se descobriu o enigma dos olhos de ressaca de Capitu; mesmo que depois do