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70 anos de Vidas Secas

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Por Fabiano Mendes   Obviamente, o título deste artigo se refere ao livro de Graciliano Ramos, escrito em 1938. No mesmo ano em que se comemora o centenário de morte de Machado de Assis, aclamado o maior escritor brasileiro, comemora-se também os 70 anos de uma obra imortal: Vidas Secas, do alagoano Graciliano Ramos – para muitos igual em valor a Machado, mas que, diferentemente deste último, fundador da Academia Brasileira de Letras, ignorou a ABL e fez-se imortal ao aliar a profundidade de seus escritos a uma vida cheia de marcas das angústias, uma vida que foi até certo ponto também muito seca.   Graciliano Ramos de Oliveira nasceu em Quebrangulo  –  AL, em 1892 e morreu em 1953, no Rio de Janeiro. O conjunto de sua obra acompanha de perto a trajetória de sua vida. Afinal, como ele mesmo sentenciou, só escrevia o que via e só sentia o mandacaru. Assim, suas principais personagens e suas memórias e crônicas, todas de fortíssimo teor realista são o resultado direto de suas observa