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Mostrando postagens de outubro 15, 2008

Mais dois poemas de Pedro Fernandes

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Francis Bacon. Crucificação . Três estudos. 1962. INSTANTE (POEMA. REVOLUÇÃO) calarei a todos com tiros de fuzil para que me ouçam no interior de minha fala poética que se desdobra na trama frenética as palavras no papel. passarei por cima dos primeiros com a ajuda de minha insana infâmia no interior de meus gritos amarrados à tinta na cadeia papel branco. na história não há espaços para o sutil para a felicidade como dizia hegel. no meu poema há brechas para tanto mas vigora mesmo um grito melancólico no bucolismo nefasto e vadio das palavras negras presas no papel. do poder absoluto resta eu desmanchado em palavras [balas] atiradas com fuzil [minha caneta] ou gritos preso(a)s [as palavras] num poema de papel. DOS FINS DO DIA EM QUE A LUA SOBE MAIS CEDO Dos fins do dia em que a lua sobe mais cedo Sempre voltei para casa assim como sol E deixei me embalar nas linhas tênues Ou oblongas dum verso Como colecionador de sua humildade Julgo-me