Machado de Assis, a segunda vida
Por Pedro Fernandes Há cem anos, feitos exatos às 3h20min da madrugada deste dia 29 de setembro – não tão exatos porque não vivemos num tempo absoluto – o Rio de Janeiro e o País perdia seu filho mais ilustre, Joaquim Maria Machado de Assis, mais conhecido como Machado de Assis. Desde quando sua esposa morreu, quatro anos antes, que o escritor já não era mais o mesmo, ainda que freqüentasse diariamente a Academia Brasileira de Letras, que ajudara a fundar em 1896, e da qual fora eleito presidente primeiro e perpétuo, ainda que aparentasse o prazer de viver ao lado dos amigos, Machado já se esvaía por dentro. Vista fraca, infecção intestinal, uma úlcera na língua. Tudo culminaria com sua morte. “Estou à beira do eterno aposento” – disse Machado pouco antes de morrer. No enterro, o cortejo fúnebre que acompanhou o corpo do escritor se compunha de figuras ilustres e do povo; atestava a fama que Machado havia alcançado. Anos mais tarde seus restos mortais eram levados para serem se