Amarcord, de Federico Fellini
Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1975, o longa mescla memórias da Itália sob o fascismo e imagens de sonhos Amarcord é a tradução fonética de "eu acordo" no dialeto italiano da região de Emilia-Romagna, onde o diretor nasceu. Não se trata de um filme exatamente autobiográfico, mas de uma mistura de memórias da infância com o imaginário transbordante de Federico Fellini encenada como se fosse um espetáculo de circo, uma das mais evidentes influências no universo felliniano. O filme é uma crônica de momentos do dia-a-dia de Rimini, uma pequena cidade italiana, nos anos de 1930, época do domínio do fascismo de Mussolini no país. O diretor capta a atmosfera do período por meio da transformação da política em espetáculos, demonstrada numa cena que descreve uma parada militar. Fellini perpassa as mais representativas instituições da cidade insinuando paralelismos entre os comportamentos autoritários na escola, na igreja, na família e no poder púb