Sonho
eu vi no turvo da noite minha alma vil e negra rasgando o silêncio noturno como pó desfez-se por entre as frestas da porta e invadiu meu sonho o sonho. na sarjeta da memória meu cadáver magro, pálido vagando em um negro caixão sustentado por dragões cavaleiros negros das sombras como um rascunho vida desfez-se em pó correu minhas carnes podres o sonho. vi-me preso nas entranhas da terra com toda humanidade vil e feroz gritava. chorava. pedia clemência. a humanidade. como um rebanho alienado satã sob o dogma dde todas as religiões de bíblia em punho carregava a humanidade de olhos perfurados mortos vivos às chamas da fogueira dita santa e acordei em brasa vi-me nu no espelho na sombra do quarto - meu cativeiro suspenso estava num madeiro sobre a cama olhos inchados. sangrantes corpo fúnebre seco estranho na sarjeta da cama * Este poema foi publicado no site Garganta da Serpente. Acesse o e-book Palavras de pedra e cal e leia outros poemas