Fotograma feito de sertanices
Quatro 1: espelhos do sertão Já acena este agosto – o principia De suas tragédias ou de suas alegrias Muito do seu de narrativa Em curtos capítulos Componho-o em versos Que juntos o chamo de poema Com um feixe de poemas que Intimamente conversam comigo Toda vez que os leio ou releio Tento pintar em quadros espelhados O que há anos inspirado em matéria de memória Chamo de sertanices. Quadro 2: invenção do sertão Muitos dos episódios que se desdobram Se revelam, enovelam, empoetizam-se Na pureza e no lirismo da paisagem sertaneja Afinal são sertanices. Porque o sertão em seu enlevo encantatório Define-se em poesia por si mesmo – Com o seu destino, seus homens, Suas raízes, suas lembranças. Quadro 3: sertanices O sertão que me vêm à memória Perambula do mais amplo horizonte imaginável Perpassa por figuras algures E emerge pela rachadura das palavras Desfraldadas em closes enigmáticos Que juntas chamo de sertanices. Um arquétipo colossal