João Cabral de Melo Neto: influências de Sevilha e o lirismo contido
" Há que sevilhizar a vida . Há que sevilhizar o mundo ." (J.C. de Melo Neto) Em 1956, João Cabral é novamente removido para Barcelona, agora como cônsul adjunto e autorizado a morar em Sevilha para fazer pesquisas no Arquivo das Índias. Foi então que Cabral se descobriu na cidade e descobriu totalmente a cidade. Saiu dos bairros turísticos, dos grandes monumentos, que representam um Sevilha mais aparente e mais exterior e foi para a Sevilha íntima que não se oferece facilmente. Caminhou por todos os bairros populares como Macarena e Santa Maria la Blanca descobrindo seus becos, tabacarias e praças; participou de tertúlias no bairro taurino de São Bernardo onde sempre via os toureiros como os irmãos Pepe Luiz, Antonio e Manolo Vasquez; conheceu os bailadores de flamenco do bairro cigano de Triena; fez longos passeios pela Calle Ciertes até La Campana e passou a traduzir todo esse mundo fascinante em sua poesia. "Sevilha é uma cidade íntima.